Mais uma perseguição judicial está sendo armada para atacar o Partido dos Trabalhadores.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria Geral da União em 2017. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal – que está nas mãos dos militares – decidiu enviar o processo ao juiz Vallisney de Souza. Em primeira instância, o julgamento caminhará mais rápido do que se permanecesse no STF. Na acusação figuram as principais lideranças do PT, a exemplo de Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Antonio Palocci, Guido Mantega, Paulo Bernardo, Edinho Silva e João Vaccari Neto, além do próprio ex-presidente Lula.
Trata-se de mais uma investida feroz contra a maior organização partidária operária da América Latina, e que caminha na direção de caracterizá-la como organização criminosa. Uma manobra descarada, sincronizada com a vitória do ultradireitista Jair Bolsonaro, que colocou como Ministro da Justiça o perseguidor-mor de Lula, Sérgio Moro, entre outras figuras declaradamente antipetistas. O regime golpista está se encaminhando para a formação de um estado fascista, ou seja, onde as organizações da classe trabalhadora (sindicatos, partidos de esquerda, movimentos sociais etc) são colocadas na ilegalidade. Importa lembrar que iniciativas que procuram criminalizar o comunismo já vinham sendo colocadas em pauta pelos Bolsonaristas.
É preciso ter clareza da intenção dos golpistas e abandonar qualquer confiança ingênua “na Justiça”, como no passado. Discursos de que o sistema judiciário terá alguma imparcialidade neste tipo de julgamento só ajudam a desmobilizar e criar uma falsa esperança na militância. As lideranças de esquerda precisam comandar, imediatamente, a mobilização popular – única força capaz de opor resistência e derrotar o golpe em curso. Quanto mais o golpe avançar contra o PT, mais difícil será a luta popular de rua contra a burguesia. É preciso libertar o ex-presidente Lula e desmoralizar, de vez, a farsa judiciária que se instalou no Brasil.