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Imperialismo e a ofensiva contra liberdade de expressão – Parte 2

Em série de publicações destinadas a lançar uma campanha contra "desinformação", a The Economist revela seus interesses ao apenas acusar países oprimidos de manipulação

Nessa terça-feira (8), o Diário Causa Operária (DCO) deu início a uma série de artigos denunciando a ofensiva ditatorial do imperialismo contra a liberdade de expressão, tendo como base publicações da revista britânica The Economist que “alertam” aos perigos da “desinformação” e propõe formas de combatê-la.

Sendo a The Economist um órgão de imprensa que expõe os interesses do imperialismo, no primeiro artigo de nossa série, expusemos que a “luta do imperialismo contra a ‘desinformação’ é, na realidade, uma luta para impedir que informações contrárias aos seus interesses circulem livremente, e garantir que as mentiras do imperialismo contra povos e países oprimidos circulem de forma desimpedida.

Imperialismo e a ofensiva contra liberdade de expressão – Parte 1

Assim, as publicações da The Economist se dedicam a acusar a China, a Rússia e o Irã de espalharem “desinformação”. Nenhuma acusação é feita contra o governo dos Estados Unidos ou de qualquer um dos países imperialistas.

O primeiro alvo foi a China, acusada de tentar manipular as eleições gerais de Taiuã de 2024. Segundo a The Economist, “um grupo de propaganda […] conhecido de várias maneiras como Spamouflage, Dragonbridge e Storm-1376” teria propagado desinformação sobre candidatos lacaios do imperialismo à presidência do país, tais como Tsai Ing-wen (a atual presidente, desde 2016) e Terry Gou (bilionário taiuanês). E, segundo a The Economist, esse grupo seria “apoiado pelo Estado chinês”. É claro, nenhuma prova é apresentada pela revista imperialista. 

Ao mesmo tempo, a The Economist não denuncia como “desinformação” a campanha de mentiras que toda a imprensa imperialista fez durante as eleições presidenciais dos EUA de 2020, tanto para caluniar/difamar Donald Trump, quanto para esconder fatos negativos sobre Joe Biden, o candidato do principal setor do imperialismo naquele momento.

Naquele ano, ao mesmo tempo em que os principais órgãos de imprensa acusaram Vladimir Putin e a Rússia de manipularem as eleições para eleger Donald Trump, taxaram de meras teorias da conspiração, “fake news”, “desinformação” toda e qualquer notícia relacionada às ligações de Joe Biden com o regime nazista da Ucrânia, especialmente o fato de seu filho Hunter Biden ter feito parte do conselho direto da petroleira privada ucraniana Burisma.

Além disso, ainda durante as eleições presidenciais norte-americanas daquele ano, inúmeras alegações foram feitas por órgãos de imprensa e até mesmo empresas como a Microsoft de que a China, a Rússia e o Irã estariam interferindo no pleito eleitoral. À época, os governos desses respectivos países oprimidos negaram todas as acusações. Contudo, a The Economist não cita a atuação da imprensa imperialista, do serviço de inteligência norte-americano e da Microsoft como sendo “desinformação”. O que demonstra, mais uma vez, que a campanha da revista britânica não é contra a “desinformação”, mas contra países oprimidos e contra a circulação de informações (verdadeiras ou falsas) que prejudiquem os interesses do imperialismo.

Prosseguindo, a The Economist também acusa a Rússia. Segundo a revista britânica, portais supostamente financiados pelo país eslavo teriam promovido, em maio de 2023, uma notícia falsa de que a esposa de Vladimir Zelenski teria gasto US$1.1 milhão de ajuda ucraniana comprando joias em Nova Iorque. Novamente, nenhuma prova é fornecida de que portais de notícia (DC Weekly é mencionado) que divulgaram essa notícia seriam financiados pela Rússia.

Paralelamente a isto, enquanto a Guerra na Ucrânia ainda está em curso, todos os órgãos da imprensa imperialista seguem divulgado “desinformação” (mentiras) contra a Rússia. Embora isto tenha sido mais óbvio em 2022, primeiro ano da guerra, a situação ainda é a mesma. Por exemplo, a imprensa imperialista espalhou a mentira de que soldados russos estariam usando viagra para estuprar mulheres ucranianas, mentira esta criada por um relatório falso da ONU. Igualmente, sempre noticiaram que a Rússia estava prestes a perder a guerra, o que, a essa altura, já está claro que é mentira. Mas a The Economist não denuncia essa “desinformação” – essa propaganda contra Rússia – por parte dos principais jornais e emissoras imperialistas, nem explica como combatê-la.

A revista britânica também acusa a Rússia de espalhar “desinformação” na África:

“Em fevereiro de 2024, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revelou que descobriu uma operação russa projetada para desacreditar programas de saúde dirigidos por [países] ocidentais na África. A operação incluía espalhar rumores de que a febre da dengue, uma doença transmitida por mosquitos, foi criada por uma ONG norte-americana e que os africanos que recebiam tratamento estavam sendo usados como cobaias por pesquisadores militares norte-americanos. A campanha, baseada em um site de notícias financiado pela Rússia, tinha como objetivo semear divisão e prejudicar a reputação dos Estados Unidos. Desencorajar os africanos de procurar cuidados de saúde foi um dano colateral ao longo do caminho”.

Aqui, a The Economist espalha a “desinformação”, a mentira criada pelo Departamento de Estado nos EUA. O acontecimento a que a revista britânica se refere foi o seguinte: em outubro de 2023, cerca de 600 pessoas morreram em Burquina Fasso em decorrência de um surto de dengue. Naquele ano, dois golpes de Estado de caráter nacionalista foram dados pelas forças armadas, um em janeiro, e outro setembro. O governo que subiu ao poder em setembro continua governando o país, e com amplo apoio popular. Trata-se de um governo que a cada dia manifesta mais antagonismo ao imperialismo.

Tendo o golpe nacionalista acontecido na conjuntura da Guerra da Ucrânia, quando a Rússia mostrou que um país oprimido poderia se levantar contra os EUA, grande parte da população de Burquina Fasso apoia a Rússia e rejeita os EUA. Nisto, publicações foram feitas nas redes sociais acusando a ONG norte-americana Target Malaria, financiada pela Bill and Melinda Gates Foundation (uma fundação do monopólio imperialista Microsoft), de ter sido responsável pelo surto de dengue, de criar armas biológicas no país africano, utilizando a população como cobaia.

A The Economist chama isto de “desinformação” financiada pela Rússia. Mas não é. Trata-se da desconfiança de um povo oprimido, esmagado pelos EUA e pelo bloco imperialista, que com razão suspeita das ONGs ditas “humanitárias” do imperialismo. Afinal, elas só aparecem depois de os países imperialistas terem saqueado e destruído os países oprimidos, assassinando milhares ou mesmo milhões no processo.

Ademais, dado o histórico de testes de armas biológicas que os EUA e demais países imperialistas realizaram em países oprimidos, é razoável levantar suspeitas. Quando a The Economist classifica isto com “desinformação” e diz ser necessário combatê-la, deixa claro o interesse de censurar todo tipo de informação e questionamento que afronte a ditadura mundial do imperialismo.

Quanto ao Irã, a revista acusa o governo iraniano de criar contas para desacreditar protestos contra o governo que ocorreram em setembro de 2022. Contudo, quem realizou essa avaliação, segundo a The Economist, foi uma think tank norte-americana, com sede em Washington, chamada Brookings, vinculada diretamente à CIA.

Fica claro que a luta contra a “desinformação” proposta pela The Economist, revista porta-voz da burguesia imperialista, representa uma ofensiva contra os países e povos oprimidos, tendo como objetivo impedir a divulgação de informações que sejam contrárias aos interesses do imperialismo.

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