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Direitos democráticos

Imperialismo e a ofensiva contra liberdade de expressão – Parte 1

Série de matérias publicadas pela revista britânica The Economist mostra como a burguesia imperialista pretende combater a "desinformação", isto é, intensificar a censura

Nos últimos anos, o imperialismo vem avançando a política de censura em todo o mundo. Para justificar o aumento de sua ditadura mundial contra os povos oprimidos, em especial contra seu direito à liberdade de expressão, usa como justificativa a “luta” contra a “desinformação”, contra as “fake news (notícias falsas)”. 

No Brasil, vimos isto nos últimos anos com as medidas ditatoriais do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), principalmente do ministro Alexandre de Moraes, contra partidos políticos, parlamentares, apresentadores e cidadãos comuns simplesmente por fazerem críticas políticas. Mais recentemente, a ofensiva contra a liberdade de expressão é liderada pelo sionismo.

Comprovando a ofensiva do imperialismo para censurar, utilizando o combate à “desinformação” como pretexto, a revista britânica The Economist publicou uma série de matérias destinadas a explicar os “perigos” da “desinformação” e como combatê-la. Isto é, matérias para fomentar a histeria contra as “fake news”.

Diante disto, o Diário Causa Operária está iniciando uma série de artigos para expor essa ofensiva ditatorial do imperialismo.

Na primeira publicação, a The Economist, logo no início, já anuncia sua preocupação:

“Ferramentas inteligentes de inteligência artificial (IA) e redes intricadas de contas de redes sociais estão sendo usadas para criar e compartilhar fotos, vídeos e áudios incrivelmente convincentes, confundindo fatos com ficção. Em um ano em que metade do mundo está realizando eleições, isso alimenta o medo de que a tecnologia torne a desinformação impossível de combater, minando fatalmente a democracia.”

Filtrando a demagogia da The Economist, a preocupação da burguesia imperialista é que o avanço tecnológico da inteligência artificial e o amplo compartilhamento de informações possam prejudicar os interesses do imperialismo. 

Por exemplo, a ampla divulgação do genocídio que “Israel” vem cometendo contra a Palestina há mais de sete meses pode muito bem fazer Joe Biden, principal representante do imperialismo, perder as eleições presidenciais nos EUA. É certo que os protestos dos estudantes nos EUA só estão ocorrendo porque eles tiveram acesso ao que está ocorrendo em Gaza. E essas informações foram divulgadas através das redes sociais, principalmente TikTok e Telegram. Não é coincidência que o TikTok está ameaçado de ser banido dos Estados Unidos, graças à ação do lobby sionista, conforme noticiado por este Diário

Comprovando que a burguesia imperialista está preocupada em acabar com a liberdade de divulgar informações que a Internet trouxe ao mundo, a The Economist diz que embora “há desinformação desde quando existem lados em um argumento […] a internet tornou o problema muito pior. Informações falsas podem ser distribuídas a baixo custo nas redes sociais; a IA também torna barato produzi-las”.

Vê-se que a burguesia imperialista, a qual mantém uma ditadura brutal sobre todo o mundo, considera negativo o avanço tecnológico que é a invenção da Internet. Afinal, como a própria revista diz, “informações […] podem ser distribuídas a baixo custo nas redes sociais”. Aqui, cabe destacar um detalhe: o imperialismo fala que todas as informações que prejudicam seus interesses são falsas. Por exemplo, diz que é informação falsa/desinformação/fake news o fato de que existem nazistas na Ucrânia, ou de que existe um lobby sionista para censurar e perseguir todos aqueles que defendem a Palestina, acusando aqueles que apontam esse fato de antissemitismo. E isto é feito ao mesmo tempo em que o imperialismo divulga as calúnias criadas pelo sionismo contra o Hamas e a resistência palestina, de que seriam estupradores e assassinos de bebês.

Além de se colocar contra o avanço tecnológico que foi a criação da Internet e das redes sociais, a revista imperialista The Economist também diz que a Inteligência Artificial, outro avanço tecnológico, é algo negativo, pois “torna barato” produzir a “desinformação” (isto é, divulgar informações reais que prejudicam os interesses do imperialismo). Por exemplo, para escrever essa matéria, utilizou-se ferramenta de inteligência artificial para traduzir trechos da matéria da The Economist. Ao contrário do que diz a revista imperialista, a Inteligência Artificial não é utilizada apenas para falsificar a realidade, mas para facilitar a divulgação de informações reais.

Os trechos citados acima mostram que a burguesia imperialista coloca a necessidade de combater a “desinformação” (isto é, aumentar a censura) através de uma ofensiva contra a Internet e contra a inteligência artificial. Contra avanços tecnológicos que permitem que o povo se informe melhor.

O perigo da “desinformação” ao imperialismo, causado por esses avanços tecnológicos que permitem que o povo se informe melhor,fica claro quando a The Economist critica que “o objetivo de muitas operações [de desinformação] é, às vezes, simplesmente […] fomentar desconfiança na imprensa, em governos […]”. Em outras palavras, a revista não quer a divulgação de informações que revelam ao povo a real natureza do imperialismo, dos governos que estão em suas mãos e dos órgãos de imprensa imperialistas.

A oposição da The Economist à Internet e à Inteligência Artificial fica evidente no seguinte trecho do artigo:

Todas essas preocupações levantam questões sobre como a tecnologia, ao tornar a desinformação imbatível, ameaçará a democracia em si […] No entanto, existem maneiras de minimizar e gerenciar o problema”, diz a The Economist.

O que a burguesia imperialista propõe, através da revista, é utilizar a Inteligência Artificial para “ajudar na rastreabilidade e detecção” daqueles que divulgam informações contrárias ao interesse do imperialismo para censurá-los. Bem como aconteceu recentemente com o Partido da Causa Operária (PCO), que teve todos os seus canais do YouTube desmonetizados por exporem a realidade sobre “Israel”, o sionismo, e o genocídio perpetrado contra o povo palestino.

Contudo, a The Economist entende que apenas a tecnologia não é suficiente. Diz que “uma melhor coordenação também pode ajudar”. E o que isto significa? A própria revista diz: 

“Pesquisadores acadêmicos, ONGs, empresas de tecnologia, veículos de imprensa e agências governamentais não podem enfrentar o problema da desinformação sozinhos. Com coordenação, eles podem compartilhar informações e identificar padrões, permitindo que as empresas de tecnologia rotulem, controlem ou removam conteúdos enganosos.”

Resumindo, criar uma mega-estrutura burocrática destinada a censurar, contando com “pesquisadores acadêmicos, ONGs, empresas de tecnologia, veículos de imprensa e agências governamentais”, que atuariam de forma coordenada. A consolidação de uma espécie de “complexo industrial de censura”.

É interessante o uso do termo “coordenação” pela The Economist. Lembra Gleichschaltung (coordenação), o processo de nazificação da Alemanha, através do qual, sob a liderança de Adolf Hitler, a ditadura fascista totalitária foi estabelecida sobre todos os aspectos da vida do povo alemão.

Para viabilizar essa coordenação, a fim de permitir o combate à “desinformação”, a The Economist entende que é preciso ter leis que obriguem as empresas que atuam na Internet a compartilharem os dados dos usuários com “pesquisadores”. Diz que isto não ocorre nos EUA, mas ocorre na Europa, e que a legislação do Velho Continente deveria servir de modelo para todos os países:

“Mas um entendimento mais profundo também requer um melhor acesso aos dados. No mundo de hoje, com feeds algorítmicos, apenas as empresas de tecnologia podem saber quem está lendo o quê. De acordo com a lei norte-americana, essas empresas não são obrigadas a compartilhar dados com pesquisadores. No entanto, a nova Lei de Serviços Digitais da Europa exige o compartilhamento de dados e pode servir de modelo para outros países.”

Ainda sobre o processo de “coordenação” para combater a “desinformação”, a The Economist cita polarização social (isto é, a intensificação da luta de classes) como um obstáculo:

“Essa coordenação será mais fácil de ser realizada em alguns lugares do que em outros […] Outros países possuem menos recursos e confiança mais fraca nas instituições. Nos Estados Unidos, infelizmente, a polarização política significa que tentativas coordenadas de combater a desinformação têm sido retratadas como evidência de uma vasta conspiração de esquerda para silenciar vozes de direita online.”

A matéria conclui dizendo que “os perigos da desinformação precisam ser considerados seriamente e estudados de perto”. Em aparente contradição, logo em seguida, a The Economist diz que “tenham em mente que esses perigos ainda são incertos. Ainda há poucas evidências que apenas a desinformação é capaz de determinar o resultado de uma eleição”. Mas não há contradição. 

Apenas demonstra que a luta do imperialista contra a “desinformação” é, na realidade, uma luta para impedir que informações contrárias aos seus interesses circulem livremente, e garantir que as mentiras do imperialismo contra povos e países oprimidos circulem de forma desimpedida. E isto será demonstrado nas matérias seguintes da nossa série, expondo que a The Economist acusa a China de utilizar “desinformação” para manipular as eleições em Taiuã, assim como acusa a Rússia e o Irã.

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