Ucrânia

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Como esse conflito se iniciou?

A Ucrânia sofreu um golpe de Estado em 2014 e desde então é governada pela extrema-direita, com influência decisiva na vida institucional do país por parte de grupos nazistas. Esse golpe foi notoriamente financiado e organizado pelos Estados Unidos, União Europeia e Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a fim de retirar qualquer possibilidade de influência da Rússia sobre a Ucrânia. Desde então, a Ucrânia vem caminhando a passos largos para ser incorporada à OTAN, tendo recebido armamentos, treinamento, financiamento e exercícios militares da aliança imperialista em seu território. Um dos aspectos principais da política do regime golpista ucraniano é a guerra desencadeada contra os povos do Donbass, que se recusaram a aceitar o novo governo e declararam a independência das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk.

Por que a Rússia interveio militarmente na Ucrânia?

A Ucrânia sempre foi parte da Rússia. O Império Russo tem as suas origens em Kiev, capital da Ucrânia. Com a Revolução Russa de 1917, a Ucrânia recebeu o status de república, sendo uma das repúblicas que se uniram para fundar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em 1922, junto com Rússia, Bielorrússia e as repúblicas do Cáucaso. Em 1991, com o fim da burocracia soviética derrubada por uma revolução política, o imperialismo entrou em um acordo com os antigos dirigentes das repúblicas soviéticas e desmembrou a URSS em 15 repúblicas. Foi a primeira vez que a Ucrânia esteve, efetivamente, separada da Rússia. Os dois povos são considerados como um só, tanto é que muitas pessoas dizem realmente não haver verdadeira diferença entre russos e ucranianos. Cerca de metade da população ucraniana fala russo e os russos são uma importante minoria no país, constituindo cerca de metade da população do leste da Ucrânia (o Donbass), na fronteira com a Rússia. A guerra aberta do regime golpista e dos nazistas de Kiev no Donbass matou 14 mil pessoas, sendo grande parte dessas de origem russa. O governo russo participou de negociações com a Ucrânia, os separatistas e outros mediadores em Minsk, na Bielorrússia, no âmbito dos chamados “Acordos de Minsk”, para garantir um cessar-fogo e buscar uma solução pacífica para o conflito. Entretanto, as forças ucranianas violaram sucessivamente o cessar-fogo ao longo desses oito anos. Finalmente, em meio às fortes ameaças de entrada da Ucrânia na OTAN e com a continuação da agressão de Kiev ao Donbass, no dia 21 de fevereiro o presidente russo Vladimir Putin anunciou o reconhecimento de seu país das repúblicas de Donetsk e Lugansk como países independentes. Logo em seguida, as autoridades das duas repúblicas pediram apoio militar russo para proteger seus territórios, o que foi atendido. No dia 24 de fevereiro, a Rússia iniciou a operação militar especial para ajudar as forças do Donbass a recuperar seu território completo e enfrentar o exército e as forças nazistas ucranianas na região.

Qual o objetivo de Putin?

O presidente russo anunciou publicamente que a ação russa é defensiva e não se trata de uma guerra. Seu objetivo é conseguir dois resultados, de preferência na base de negociações diplomáticas: 1) desmilitarizar a Ucrânia, transformando-a em um país neutro no conflito entre Rússia e OTAN e 2) desnazificar a Ucrânia, desmantelando as centenas de grupos nazistas que operam no país e são um sustentáculo do regime surgido em 2014. Conseguidos esses objetivos, as forças armadas russas deixarão a Ucrânia para que seja governada de forma independente pelo próprio povo ucraniano.

Qual foi a reação do imperialismo?

Ao contrário do que poderia ter ocorrido em outros momentos, os Estados Unidos, a União Europeia e a OTAN não realizaram nenhuma intervenção militar na Ucrânia contra os russos. O imperialismo percebeu que seria uma jogada muito arriscada se entrasse em uma guerra direta com a Rússia na Ucrânia, o que poderia levar a uma guerra de grandes proporções por toda a Europa ou mesmo se tornar uma guerra mundial. Isso abalaria de forma colossal as estruturas do regime capitalista internacional. Então o imperialismo decidiu adotar a tática de bloqueio econômico, isolamento político e diplomático, “cancelamento” cultural e intensa propaganda nos meios de comunicação contra a Rússia, transformando Putin em um Hitler e a Federação Russa no III Reich (embora os nazistas sejam os ucranianos).

Qual é o posicionamento da esquerda sobre o conflito?

A esquerda internacional não demorou nada para condenar a operação russa como sendo uma “invasão”. Alguns grupos chegaram a acusar a Rússia de ser um país “imperialista”. Essas posições são dominantes dentro da esquerda brasileira, nomeadamente por parte do PSOL, PSTU, PCB e UP. PT e PCdoB foram mais comedidos no ataque aos russos, mas também condenaram a “guerra” e adotaram um posicionamento neutro (nem Rússia, nem OTAN). Alguns setores mais identitários assimilaram integralmente a propaganda da imprensa imperialista, acusando o governo Putin de ser uma ditadura, machista, LGBTfóbico, reacionário etc. Essa esquerda não entende que a Rússia é um país oprimido pelo imperialismo ─ que utiliza a Ucrânia para atacar os russos como utiliza Israel no Oriente Médio para atacar os árabes ─ e que está apenas se defendendo dessa opressão. Além disso, ela não entende que o maior inimigo dos povos do mundo inteiro é justamente o imperialismo, o qual a Rússia está se confrontando. Portanto, a ação da Rússia é uma ação não apenas legítima mas também progressista, pois enfraquece o imperialismo, o que, em certa medida, favorece a organização dos trabalhadores no mundo todo. A esquerda adota essa posição completamente pró-imperialista porque está infestada pela política identitária, produto do imperialismo, e, em muitos casos, por receber financiamento direto do imperialismo, como comprovamos acerca do PSOL.

Qual é o posicionamento marxista e revolucionário?

O Partido da Causa Operária (PCO), por outro lado, foi a única organização política brasileira que se colocou de forma contundente ao lado da Rússia nesse conflito. Como um partido marxista e revolucionário, com mais de 40 anos de experiência prática e teórica, o PCO entende que o maior inimigo da humanidade é o regime imperialista e que não há nada mais reacionário na sociedade do que esse regime. Ele é um regime completamente decadente e putrefato, que impede o desenvolvimento da sociedade, isto é, que impede o progresso da humanidade. Qualquer confronto a esse câncer social que é o imperialismo, portanto, é algo progressista em relação a esse regime, porque vai no sentido de golpeá-lo e, assim, enfraquecê-lo ainda mais. O PCO não defende a Rússia por que concorda com a política de seu governo, mas sim porque trata-se de um país oprimido que está se chocando com o imperialismo. O dever de todo marxista, revolucionário e anti-imperialista é se colocar ao lado do país oprimido na luta contra o imperialismo, que é o responsável final tanto pela opressão dele mesmo como pela própria opressão mantida pelas burguesias dos países oprimidos sobre os seus povos. O PCO tem realizado manifestações de rua por todo o Brasil em frente às instalações diplomáticas da Rússia em apoio à ação de Moscou, bem como transmitido a realidade (escondida pela propaganda imperialista) na Ucrânia em seus órgãos de imprensa e em debates públicos.

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