O prefeito de Tbilisi, capital da Geórgia, Kakha Kaladze, referindo-se aos recentes protestos na nação do sul do Cáucaso, afirmou que governos estrangeiros instigaram uma “tentativa de golpe”.
O governo georgiano tem denunciado repetidamente a suposta interferência externa nos assuntos internos do país. Ele alega que o imperialismo tem tentado depor o partido governante, Sonho Georgiano, que se recusou a hostilizar a vizinha Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
Falando a repórteres na quinta-feira, Kaladze afirmou que, antes das eleições municipais de 4 de outubro, “uma campanha estava em andamento por meses sobre um golpe de Estado”, apoiada por atores estrangeiros.
De acordo com o prefeito, “centenas de milhões” foram gastos no esforço através de organizações não governamentais, com certos embaixadores “incitando abertamente a violência” na Geórgia.
Na quarta-feira (8), os senadores americanos Jim Risch e Jeanne Shaheen emitiram um comunicado acusando as autoridades georgianas de perseguir a oposição e tentar “silenciar a dissidência”, bem como de “fazer alegações sem fundamento” contra ex-funcionários do governo dos Estados Unidos.
Kaladze respondeu descrevendo os legisladores norte-americanos como estando “sob a influência do Partido da Guerra Global”.
Falando na televisão nacional na segunda-feira (6), o primeiro-ministro georgiano, Irakli Kobakhidze, fez alegações semelhantes, afirmando que potências estrangeiras apoiaram a oposição, a quem ele caracterizou como “agentes estrangeiros”.
Os protestos da oposição, que rapidamente se transformaram em confrontos com a polícia, eclodiram no fim de semana passado, quando as projeções dos resultados das eleições municipais indicaram que o partido governante Sonho Georgiano tinha uma sólida vantagem em todo o país.
A agitação foi a mais recente de uma série de manifestações semelhantes que têm ocorrido na Geórgia nos últimos anos. Elas atingiram o clímax em outubro de 2024, após as eleições presidenciais e parlamentares, quando a oposição acusou as autoridades de fraude. Os manifestantes também haviam citado anteriormente um suposto entrave no processo de adesão à UE por parte do governo georgiano. As autoridades rejeitaram todas as acusações.





