Qualquer um com o mínimo de informação sabe que nos presídios brasileiros não existem as mínimas condições possíveis para atender às necessidades básicas de um ser humano; são superlotadas, não se tem cuidado com a saúde dos presos, os colocam em verdadeiras gaiolas de animais, como se fossem insetos desprezíveis. Se isto é lei para todos os presídios do país, os do Nordeste são diferenciados justamente por serem ainda piores.
Assim sendo, não é de se duvidar que estejam criadas as condições para a tentativa de fuga que recentemente aconteceu no Pará nesta terça-feira (10/04), no complexo penitenciário Santa Izabel. As fugas nos presídios tem a ver com a própria condição dos presídios. A maioria da população encarcerada não foi devidamente julgada e está lá por conta de crimes insignificantes, e ninguém é obrigado a viver enjaulado e tratado pior que um animal. A condição concreta da situação coloca que apenas os grupos mais organizados consigam se mobilizar para planejar uma ação de fuga de um presídio.
No Pará, foi o que aconteceu. Na unidade prisional que continha 52% presos a cima da capacidade, grupos de fora do presídio e de dentro se organizaram para fazer uma fuga. Acabou acarretando na morte de 21 pessoas. Isso tem a ver com a própria política da direita golpista que encarcera em massa a população brasileira e depois reprime e assassina aqueles que não aceitam ficar subjugados, em jaulas sem nenhuma estrutura e nenhum respeito aos direitos humanos.