Foram eleitos, recentemente, os novos membros da composição do Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão responsável por fiscalizar a atuação médica no País e também, por propor mudanças com relação aos procedimentos seguidos nos atendimentos.
Dentre os membros eleitos para estarem no Conselho pelos próximos cinco anos destaca-se a presença de notórios bolsonaristas, como por exemplo, médicos que apoiaram os protestos do dia 8 de janeiro de 2023 em Brasília, caso de Rosylane Rocha, outros profissionais favoráveis ao chamado “Kit Cloroquina” durante a pandemia e médicos que destacam se pela sua atuação contrária ao direito de aborto, inclusive em casos de estupro.
A eleição dos novos membros com esse perfil profundamente reacionário, é um mau sinal particularmente para as mulheres.
O CFM é um órgão conhecido por atacar as mulheres no que diz respeito aos seus direitos reprodutivos.
Em 2019, este Conselho, publicou uma norma na qual coloca os “direitos”do feto acima dos direitos da mulher.
Ainda, recentemente, o mesmo CFM esteve sob os holofotes após publicar uma norma na qual proibia os médicos de realizarem um procedimento denominado de “assistolia fetal”, um método abortivo utilizado em casos de interrupções de gestações com mais de 22 semanas que é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e que gerou protestos por parte, inclusive da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que afirmou que a resolução tirada pelo conselho estabelece “restrições ilegais” ao acesso ao aborto que é permitido por lei.
A nova composição do Conselho Federal de Medicina além de ressaltar o perfil profundamente reacionário da verdadeira máfia que são as corporações médicas no Brasil, indica que os ataques aos direitos das mulheres se aprofundarão. Torna-se necessário organizar os coletivos de luta das mulheres para enfrentar os ataques à saúde e vida das mulheres, e de toda a população trabalhadora.