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Palestina

Junto com os EUA contra o povo palestino e o próprio País

Eduardo Cunha, notório golpista, atacou Lula por suas declarações a respeito do genocídio cometido pelos sionistas na Faixa de Gaza, afirmando serem “absolutamente desnecessárias”

Na última segunda-feira, 26 de fevereiro, o Poder 360 publicou artigo de Eduardo Cunha intitulado “Por que alguns querem repetir aos judeus a saga do Holocausto?”. Como dá a entender, se trata de uma peça sionista, e tem por ângulo as condenações reiteradas do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao genocídio cometido pelo Estado sionista de “Israel”. Introduz o colunista:

“As palavras ditas ao vento, e absolutamente desnecessárias, pelo presidente Lula levaram o país a um vexame extremo aos olhos do resto mundo, além de colocá-lo como parte de uma agressão aos judeus, revirando feridas que deveríamos estar ajudando a cicatrizar.

“Deveríamos sempre lembrá-las ao mundo, na forma de que tal situação jamais poderia voltar a acontecer e não para punir aos judeus, as vítimas, com palavras e comparações absurdas” (grifo nosso).

Sionismo, nazismo rebatizado

Em primeiro lugar, salta aos olhos a colocação de Eduardo Cunha em termos básicos de sensibilidade. Dezenas de milhares de civis sem qualquer papel militar estão sendo massacrados, sendo a maior parte de mulheres e crianças, em bombardeios e por meio de um bloqueio que impede a chegada de água e alimentos à Faixa de Gaza. A fome, a sede e bombas ininterruptas assolam a população em Gaza, que já viu mais de 1 milhão de pessoas, mais de metade da sua população expulsa de suas casas, mais de metade dos prédios no território destruídos, incluindo a maior parte da infraestrutura, como hospitais, saneamento, etc. Condenar tal fato, para Cunha, seria algo desnecessário. O fato de os bombardeios terem por alvo a população civil não seria digno de nota.

Um segundo ponto importante já neste início do artigo é o “vexame” a que o Brasil estaria sujeito. A repercussão da fala de Lula foi avassaladoramente positiva em todo o planeta. Setores minoritários, ligados ao sionismo, foram os únicos a declarar oposição ao que disse o mandatário brasileiro. O cenário diplomático internacional, justo por isso, se abalou, pela impossibilidade de o imperialismo e o sionismo de descaracterizarem Lula como um extremista, louco, autoritário, antissemita ou o que seja, mesmo após a firmeza de suas declarações. Caso fossem palavras ao vento, não haveria impacto algum na geopolítica após as falas de Lula.

Como terceiro ponto, ainda no primeiro trecho, Eduardo Cunha fala em uma “agressão aos judeus”. Resta saber que agressão, visto que o sionismo está em contradição com o judaísmo, e apenas o utiliza de maneira oportunista, buscando estabelecer equivalência entre ambos, o que nunca foi fato, e o leitor pode verificar nos seguintes artigos: ‘Sionismo’ é ‘judaísmo’? Sobrevivente do Holocausto responde, Judeus ultraortodoxos: sionistas não são judeus, Quem são os judeus antissionistas que queimam bandeiras de Israel. O sionismo não é composto por aqueles que atravessaram e sobreviveram ao holocausto, pelo contrário, pactuou com o nazismo para efetuar seu projeto de ocupação na Palestina, e suas alianças com nazistas se dão até os dias de hoje, como se vê no caso da Ucrânia após o golpe de 2014: Sionismo e nazismo: duas faces da mesma moeda do fascismo. Em outras palavras, o que afirma Eduardo Cunha é na verdade uma utilização farsesca das vítimas do holocausto como forma de justificar um genocídio, e não há maior desrespeito a todos aqueles vitimados do que tal aberração, como o faz o sionismo, do qual Cunha é porta-voz.

Um ataque de capachos

Após a série de farsas em dois curtos parágrafos, Eduardo Cunha deslancha uma série de críticas ao presidente brasileiro:

“Lula passou de todos os limites, chegando a ser considerado ‘persona non grata’ em Israel”, “vem subindo gradativamente o tom”; “As atitudes do petista se mostram absolutamente incompatíveis com quem sonhava em ser protagonista internacional, mas que está sendo um fracasso sem comparação com qualquer outro governo anterior”.

Seria importante que Cunha demonstrasse o que afirma. A repercussão das falas de Lula reverbera pelo planeta e continuará assim. Ora, é justo o que ocorre com a fala de um protagonista internacional, papel que o Brasil retomou em termos diplomáticos após o retorno de Lula. Ou a rejeição total a Michel Temer e o papel de cadela dos EUA desempenhado por Bolsonaro foram esquecidos? Não houve maior vexame ao País do que tais golpistas se dizerem representantes do mesmo, após o golpe de 2016 e sua continuidade na farsa de 2018.

Em uma argumentação no mínimo hipócrita, Eduardo Cunha afirma que Lula apoiaria movimentos e governos antidemocráticos, mas não apenas, as acusações não tem base alguma, e apenas reforçam o apoio de Cunha aos regimes sanguinários e subalternos implantados pelo imperialismo, e sua oposição àqueles de caráter soberanista.

Antissemitismo, um anacronismo

“Será que temos de punir os judeus a todo tempo, lembrando do seu sacrifício e ainda os acusando de fazerem o que sofreram? Será que Lula prestou atenção em algum detalhe do Museu do Holocausto, quando lá visitou em 2010? Se tivesse prestado, jamais falaria a baboseira que falou.”

Como demonstramos anteriormente, sionismo e judaísmo não são sinônimos, mas existe aqui outro problema. O holocausto, e o sofrimento em geral, não é um monopólio dos judeus. Uma série de genocídios e massacres ocorreram na história da humanidade, e o passado de qualquer população não lhe isenta de acontecimentos atuais ou julgamentos e avaliações de qualquer tipo.

O antissemitismo, ainda, é um fator anacrônico, fora de época. Surgiu impulsionado pela burguesia europeia, através da extrema direita especialmente. Hoje, a extrema direita em todo o planeta, inclusive a nazista, como na Ucrânia, salvo exceções muito pontuais, minoritárias, é pró-sionista. Em outras palavras, o antissemitismo, enquanto fenômeno que deu lugar à perseguição aos judeus, não existe mais.

Capachismo aos EUA e ao sionismo

Cunha, por fim, chega a defender o insulto público ao Brasil, afirmando que:

“Estava bem certo o chanceler israelense quando convocou o embaixador brasileiro ao Museu do Holocausto para a reprimenda e o anúncio de que Israel não quer Lula por lá até se desculpar. O seu erro foi só pelo fato de ter falado em hebraico, nem tanto pelo embaixador brasileiro, mas para que os brasileiros e o resto do mundo, pudessem conhecer as razões de Israel nessa história.”

Ora, o embaixador brasileiro foi repreendido publicamente, num idioma que não domina totalmente, por um governo genocida. E Eduardo Cunha está defendendo isso.

“Na semana passada, um fato simbólico não passou despercebido. Na 4ª feira (21.fev2024), Lula recebeu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, dentro do Palácio do Planalto, no gabinete presidencial. No dia seguinte, escolheu receber o chanceler russo, Sergey Lavrov, no Palácio do Alvorada, sua casa, tendo ainda mandado um avião da FAB buscá-lo no Rio de Janeiro para esse encontro.

[…]

“Lula omitiu da reunião com Blinken as críticas que recebeu pelos ataques aos judeus, além do desmentido norte-americano de que existe genocídio na reação de Israel aos ataques terroristas. As críticas inclusive foram divulgadas depois da reunião pelo porta-voz da Casa Branca, Mattthew Miller.”

Temos aqui uma última situação curiosa, o assessor de Anthony Blinken criticou Lula, após a reunião. Porém, o próprio Blinken não o fez em reunião particular, demonstração da covardia de Blinken e do próprio governo dos EUA em se defrontar diplomaticamente com o Brasil, colocando-se de maneira tímida frente às declarações categóricas do presidente brasileiro. Portanto, Eduardo Cunha, como alguém que exalta tais fatos, mantém-se como um verdadeiro e completo capacho do imperialismo.

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