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'Israel'

Judeus ultraortodoxos: sionistas não são judeus

Grupo conhecido como Judaísmo Torá, de judeus ortodoxos, declara que princípios sionistas estão em direta e clara contradição ao judaísmo

Um grupo de judeus ortodoxos chamado “Judaísmo Torá” publicou no X (antigo Twitter), no último dia 21, dois vídeos em que Elon Musk e outras pessoas ligadas à burguesia norte-americana visitam o campo de concentração de Auschwitz, onde realizam uma oração. A conta Judaísmo Torá declarou que “Auschwitz é o Monte Sinai da religião sionista”.

Os judeus ortodoxos têm condenado o massacre de “Israel” contra o povo palestino desde sempre, inclusive sendo perseguidos pela polícia fascista de “Israel” por conta disso, como podemos ver em diversos vídeos divulgados através das redes sociais. Os judeus ortodoxos não se alinham ao sionismo, e o lema do grupo Judaísmo Torá é “nossa nação não é uma nação, exceto no Torá”.

A declaração tem em vista fazer uma separação entre o judaísmo e o sionismo, implicando que a “fé” dos sionistas visa enganar as pessoas. Dizem, ainda, que os judeus que morreram em Auschwitz nunca foram sionistas, e que caso aqueles que lá morreram vissem o que “Israel” faz com o povo palestino, teriam condenado o sionismo e o amaldiçoado.

Auschwitz é o Monte Sinai da religião sionista. Os sionistas não são judeus, sua religião não é o judaísmo, é o sionismo. Auschwitz tornou-se um local que eles usavam para enganar e influenciar as pessoas. Os judeus que morreram em Auschwitz nunca foram sionistas. Se aqueles que morreram lá tivessem visto o que Israel estava fazendo ao povo palestino, teriam amaldiçoado o sionismo e os sionistas. A única coisa que os sionistas fazem é usar a história judaica para suas próprias ideologias pervertidas”, declarou o grupo de judeus ortodoxos Judaísmo Torá.

A conta do grupo no X também fez outras publicações, em que mostram vídeos de soldados sionistas destruindo estabelecimentos comerciais de palestinos em Gaza e na Cisjordânia. A política de destruição de estabelecimentos comerciais é típica do nazismo, e foi muito comum quando os judeus de Varsóvia foram empurrados para o gueto de Varsóvia, tendo que abandonar seus negócios e suas casas.

No vídeo em questão, um soldado sionista destrói produtos à venda no estabelecimento enquanto outro filma e ri, como se fosse uma brincadeira entre eles. O perfil Judaísmo Torá declarou que a falsa nação de “Israel” tem um exército maldito, perverso e que é um dos mais imorais de todo o mundo.

Um exército amaldiçoado. O exército israelense é um dos mais pervertidos e imorais do mundo. É um bando de assassinos cheio de usurpadores e ladrões. Eles cometem todo tipo de pecado proibido pela Torá. E depois dizem que são judeus. O judaísmo nunca é assim. Os sionistas querem legitimar o sionismo distorcendo o judaísmo. O exército israelense é o exército nazista genocida que se rebelou contra D’us. Os judeus nunca aceitarão esse exército. Este exército é o exército dos sionistas, não dos judeus” disse a organização ortodoxa em publicação no X.

Eles defendem amplamente em seu perfil que o sionismo não é o judaísmo, e convocam judeus ortodoxos para se manifestarem nas principais capitais do mundo. Os judeus ortodoxos também denunciam a fraude do imperialismo que tenta categorizar como antissemita todo aquele que critica o sionismo.

Em outra publicação, um dos dirigentes do grupo Judaísmo Torá afirma que o Estado de “Israel” não deveria existir e sua existência é contra o judaísmo, todo o sionismo é contrário ao judaísmo, porque consoante a citação apresentada da Torá, “judeus não devem reclamar um Estado como seu no mundo terreno, judeus não devem ter um Estado para si”. Os próprios fundamentos do judaísmo são contrários aos fundamentos do sionismo, segundo o grupo.

Em texto, na publicação desse vídeo, o grupo declara que “agora o mundo deveria saber bem que o sionismo não é o judaísmo. Os sionistas ameaçam o mundo através dos judeus. Quem tenta criticar os sionistas, imediatamente o rotulam como antissemita. Os sionistas usam o antissemitismo como uma arma. As pessoas devem agora estar atentas a esse perigo.

Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), comentou, em sua tradicional Análise Política da Terça, que os judeus mortos em Auschwitz de fato nunca foram sionistas, e que os grupos de judeus ortodoxos precisam ser ouvidos no que dizem em solidariedade à Palestina por representarem o que seria o melhor interesse de classe para os trabalhadores judeus, ao contrário do que apresentam como alternativa os capitalistas imperialistas por trás do sionismo.

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