A ideologia woke, além de dividir a classe trabalhadora entre diversos de seus grupos internos, homens e mulheres, brancos e negros, heterossexuais e homossexuais, deficientes e não-deficientes etc., vem acentuadamente empreendendo outra tarefa nefasta contra os direitos dos países periféricos e os cidadãos oprimidos pelo capitalismo e o Estado: o ambientalismo. Afinal, a pretexto de levantar uma pauta simpática, de salvação do meio ambiente, o wokeísmo ambiental vem pervertendo a conservação e transformando-a em submissão do homem à natureza.
O aquecimento global, facilmente verificável atualmente, dadas as ondas frequentes de altas temperaturas que somos obrigados a enfrentar, é atribuído, primeiro, ao progresso econômico e industrial dos países mais pobres. Depois, ao número de vezes que o trabalhador escova os dentes, dá descarga no vaso sanitário, toma banho etc. O problema também é a carne que ele come ou o que o valha. Algo que, ainda que fosse cumprido pelos trabalhadores, certamente não o seriam pelas elites internacionais que exigem isso das pessoas pobres.
Os países que sofrem com o imperialismo necessitam da indústria para se desenvolverem, e isso, necessariamente, passa pela queima de combustível fóssil, visto que a geração de energia limpa ainda é ineficaz e, quando pode ser usada, é cada e restrita aos países mais ricos. Não há como sustentar a economia mundial a energia eólica ou máquinas movidas eletricamente, mas assim imaginam as elites globais. O que, obviamente, subtrai do Sul Global o direito ao desenvolvimento industrial e perpetua sua independência em relação ao Ocidente capitalista.
O ambientalismo não é, em si, uma pauta ruim, afinal todos querem conservar florestas e animais, assim como preferem não experimentar ondas de calor. Porém, os países ricos devem assumir os principais encargos sobre os problemas ambientais, ainda porque foram eles que construíram a situação atual. Afinal, o aquecimento global não vem do peido da vaca, como alguns querem fazer crer, mas do investimento em combustíveis fósseis feito pelo grande capital para financiar, entre outras coisas, o complexo industrial e militar norte-americano.