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Valéria Guerra

Historiadora, artista (atriz) sob DRT 046699-RJ. Jornalismo UMESP-SP, término neste ano corrente. Bióloga e professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Colaboradora textual do Site Brasil 247 há 4 anos. Escritora com livros publicados e textos para inúmeras Antologias, inclusive concursos de textos teatrais. Mestrando em psicologia da Educação. Escreveu o livro “Eu preciso de um Hulk” que se transformou em peça homônima

Coluna

O Dia do Trabalhador foi precarizado?

"Os nossos brasileirinhos nascem querendo ser podscasters de sucesso, afinal, estudar não é para todos"

As notas abaixo nos informam de forma veemente o quanto a simbologia do Primeiro de Maio perdeu sua mensagem original de outrora.

“Tal como aconteceu no ato do ano passado, está prevista uma série de restrições que não terão outro efeito que não afastar as massas do 1º de Maio”.

A matéria no portal oficial da CUT, no dia 23 de abril demonstra: “o público passará por pórticos com detectores de metais e revista em bolsas e mochilas; a entrada de ambulantes no espaço reservado ao público está proibida; está proibida a entrada de objetos cortantes, perfurantes, rígidos, fogos de artifício, latas, garrafas (inclusive plásticas); as bebidas vendidas serão servidas diretamente em copos (assim como é feito em estádios de futebol)“.

“A escolha do local de realização do ato é o primeiro indício que manifesta esse fato. Contrariando a tradição de convocar o 1º de Maio num ponto central da cidade de São Paulo, as centrais sindicais definiram o estacionamento do estádio do Corinthians, em Itaquera, na zona leste da cidade, como o local da manifestação.

Historicamente, a Praça da Sé, o Vale do Anhangabaú e até a Avenida Paulista sempre foram os locais preferenciais de realização do 1º de Maio. As vantagens do centro da cidade para a chegada da população residente nas mais variadas regiões são evidentes. Nem é preciso dizer que esse conjunto de regras proibitivas implicará, como consequência necessária, a existência de um considerável aparato policial e de segurança no ato. Bandeiras, faixas, instrumentos musicais e todo aparato que as organizações políticas e populares costumam utilizar para se manifestar terão certamente vida difícil para entrar na manifestação.”

Através dos fragmentos listados acima o leitor poderá perceber que o dia histórico do Trabalhador perdeu suas características mais livres e realmente populares. Há um rigor policialesco no entorno do dia, que outrora contava com discursos e showmícios cheios da energia dos atores sociais comprometidos com a reivindicação de melhores condições de vida para a classe batizada de classe trabalhadora, que sempre carregou nas costas uma burguesia sedenta de lucro fácil.

Um dos episódios mais marcantes e antidemocráticos mais representativo e visualmente apavorante foi o que ocorreu em 1981, no Riocentro, Rio de Janeiro, as bombas colocadas contra a população que assistia ao tradicional show em comemoração ao dia do sofrido trabalhador brasileiro.

O Dia do Trabalhador surge por meio de uma greve operária, em Chicago (EUA), no dia 1 de maio de 1886. Nesta época, uma onda de movimentos trabalhistas surgiu para lutar contra a precarização do trabalho após a Revolução Industrial. Entre as reivindicações, estavam:

  • Redução de jornada (de 13 horas para 8 horas);
  • Aumento de salários;
  • Descanso semanal e as férias.

Com o aumento da adesão aos protestos e milhares de operários reunidos nas ruas, a polícia partiu para o confronto, agindo com violência e hostilidade contra os trabalhadores, resultando em mortes e prisões de líderes do movimento trabalhista.

Em 1889, na França, um congresso organizado pela Segunda Internacional reuniu partidos socialistas, trabalhistas e anarquistas de diversos países e, em homenagem aos mártires do movimento trabalhista de Chicago, instituíram o 1º de Maio como o Dia do Trabalhador.

Hoje, temos muito menos trabalhadores, aliás, ser trabalhador em um Brasil, que passou por uma Pandemia reducionista em todos os âmbitos, ocasionou uma precariedade e um corte nos setores, que muitos nem imaginam. A política do governo anterior não privilegiou tal classe, e infelizmente cargos e salários estão aquém da felicidade. Há desigualdade social e má distribuição de renda

A CUT nasce em 28 de agosto de 1983, em São Bernardo do Campo, como Organização Única dos Trabalhadores. E hoje se encontra presente em 26 estados brasileiros. Ela possui como compromissos o fortalecimento da democracia, o desenvolvimento com distribuição de renda, e valorização do trabalho, e enfrentamento de políticas neoliberais. Os nossos brasileirinhos nascem querendo ser podscasters de sucesso, afinal estudar não é para todos.

Este ano no palanque do trabalhismo teremos Tarcísio, Lira, Pacheco e outros “trabalhadores do Brasil”…

Contra os fatos não há argumentos

Vamos entender os dados abaixo para entender como está o quesito “trabalho” no Brasil.

  • 213.317.639: População total em 2021
  • 350: Pontuação média do ENEM em 2022
  • R$ 2.620: Remuneração média por trabalhador em 2022
  • 52.790.864: Número de empregados 2022
  • 9.444.116: Matrícula no ensino superior em 2022
  • 23.779.098: Empresas Ativas – Março 2024
  • 345.422.516.000: Total em R$ do item agrícola de maior valor em 2022 – Soja (em grão)
  • 1.586.047.875: Total de cabeças do item pecuária de maior valor em 2022 – Galináceos – total

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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