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Mais repressão?

Solnik e os delírios da esquerda “chave de cadeia”

A maioria da esquerda nacional é favorável ao aumento das penas e do reforço do aparato repressivo do Estado

Alex Solnik, jornalista do portal 247 e que também é comentarista de política na TV 247 vem fazendo a defesa, em seus comentários e coluna, que “a forma mais rápida de forçar Bolsonaro a voltar ao Brasil para responder por crimes é Moraes decretar sua prisão preventiva”. Solnik representa – no universo dos blogues e canais considerados progressistas – o setor mais à direita, identificada com as posições que reivindica abertamente a intervenção da justiça do Estado e do aparato repressivo como método para a neutralização da extrema direita.

O colunista do 247 está entre os que endeusam e exaltam a figura do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tido por esses setores como paladino da justiça, o caçador de golpista, o magistrado que, supostamente, é o protetor e guardião da democracia e do estado democrático de direito, contra as investidas golpistas da extrema direita bolsonarista. 

Solnik, no entanto, não está sozinho nessa cruzada reacionária-direitista contra os direitos democráticos da cidadania, seja contra quem for, de qualquer matiz ideológica, direita, esquerda ou outra qualquer. Ao contrário, a lista de justiceiros ao estilo do colunista do 247 no interior da esquerda é longa, estando na casa das dezenas, senão centenas.

É fato incontestável e de domínio público que a ampla maioria da esquerda nacional é partidária e defensora de todas as medidas arbitrárias e antidemocráticas vindas da justiça, todas elas atentatórias dos direitos individuais e das liberdades democráticas mais elementares. A esquerda busca justificar sua posição em defesa da investida antidemocrática do Estado sob a alegação de que há a necessidade de se enfrentar e combater a ofensiva da extrema direita, do bolsonarismo e outras ameaças. E ainda vai além, sustentando a ideia absurda de que é necessário defender o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, em particular o senhor Alexandre de Moraes.

Solnik faz a defesa explícita da prisão preventiva do ex-presidente Bolsonaro. Apresenta como justificativa para essa aberração jurídica o fato do ex-ocupante do Planalto ter participado da “conspiração golpista” de 08 de janeiro. Agora, mais recentemente, essa tese da prisão preventiva ficou reforçada pelas revelações desencontradas do senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES). Solnik e a maioria da esquerda brasileira alimentam a tese fantasiosa da neutralidade das instituições, em primeiro lugar da justiça, ou seja, da justiça do Estado burguês, dominado pelos inimigos dos trabalhadores e das massas populares e, em última instância, algozes da própria esquerda. Nem passa pela cabeça dessa gente que ao defender o reforço dos mecanismos antidemocráticos do Estado contra os direitos da população a esquerda está dando um tiro no próprio pé.  

Está mais do que claro que em algum momento essas arbitrariedades, esses dispositivos antidemocráticos se voltarão como um bumerangue contra a esquerda, contra os movimentos sociais de luta, contra os partidos de esquerda, suas lideranças. Neste sentido, é completamente absurda a defesa que a esquerda e os elementos supostamente progressistas da imprensa  fazem do aumento da repressão, da legislação penal e outros mecanismos judiciais antipopulares. 

Bolsonaro na cadeia?

Talvez tão delirante quanto a defesa do reforço do aparato repressivo do Estado contra os direitos democráticos da população seja crer no fato de que o ex-presidente Bolsonaro será preso ao desembarcar no Brasil. Tirando o fato de que político burguês de direita não vai preso (somente político de esquerda, como vimos no caso do, à época, o ex-presidente Lula), no caso do ex-presidente Bolsonaro essa hipótese é ainda mais remota, pois o bolsonarismo continua mais vivio do que nunca. Isso ficou comprovado nas eleições, onde o candidato à reeleição da extrema direita obteve mais de 58 milhões de votos, apenas 2 milhões a menos do que a candidatura vitoriosa de Lula. 

Mas não apenas isso, pois o bolsonarismo está incrustado em todas as artérias do Estado (Justiça, Congresso, PM’s, FFAA, etc). No Congresso Nacional o bolsonarismo mostrou sua força, elegendo uma enorme bancada na Câmara, com o próprio partido do ex-presidente Bolsonaro (PL) obtendo 99 cadeiras. Na eleição para a presidência da mesa da Câmara, foi reeleito o deputado bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), o homem do orçamento secreto e de muitas outras coisas secretas que não chegam ao conhecimento da população.  

No senado, na eleição para a presidência da casa, o bolsonarismo mostrou ainda maior força, obtendo 32 votos contra 49 do candidato à reeleição (Rodrigo Pacheco, PSD-MG) apoiado pelo governo. Não é qualquer coisa e isso precisa ser levado em conta quando se tem em mente a ideia de que Bolsonaro pode ser preso ao desembarcar no Brasil.    

Essas ilusões precisam ser dissipadas indicações no seio da esquerda, pois a luta contra o bolsonarismo e a extrema direita somente pode ser consequente e vitoriosa a partir de um amplo processo de mobilização social, em primeiro lugar dos trabalhadores, das massas populares e do povo pobre que elegeu Lula presidente. Paralelo à derrota do bolsonarismo, é preciso se mobilizar pelo atendimento das reivindicações populares, exigindo do governo Lula a imediata adoção de medidas favoráveis ao bem estar do povo trabalhador.

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