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Ricardo Rabelo

Ricardo Rabelo é economista e militante pelo socialismo. Graduado em Ciência Econômicas pela UFMG (1975), também possui especialização em Informática na Educação pela PUC – MINAS (1996). Além disso, possui mestrado em sociologia pela FAFICH UFMG (1983) e doutorado em Comunicação pela UFRJ (2002). Entre 1986 e 2019, foi professor titular de Economia da PUC – MINAS. Foi membro de Corpo Editorial da Revista Economia & Gestão PUC – MINAS.

Coluna

Imperialismo e direitos humanos

Maioria da população invasora israelense apoiadora do massacre desumano defende também a repressão metódica à liberdade de expressão

Em 10 de Dezembro comemorou-se ironicamente o lançamento da Carta de Direitos Humanos da ONU em 1948, o ano da “Nakba” para os palestinos, em que milhares foram expulsos de suas casas pelos terroristas sionistas e obrigados a fugir da Palestina para outros
países. Aos 74 anos do lançamento da Carta nada há a comemorar. Em 2023 foram registrados 183 guerras e conflitos locais, que é o maior número desde 2020, cujo destaque é o massacre desumano e selvagem do sionismo contra o povo palestino. Nenhum direito humano verdadeiro é assegurado em um capitalismo declinante, marcado pela violência e brutalidade cotidiana da burguesia contra a classe operária, trabalhadores e povos oprimidos do mundo inteiro.

Um capitalismo que desperdiça 570 milhões de toneladas de alimentos todos os anos enquanto a fome cresce, sendo até agora 735 milhões de pessoas que passam fome? Nesta sociedade, a educação é geradora de uma odiosa desigualdade entre a classe dos capitalistas bilionários e os trabalhadores despojados do direito à vida, à alimentação e à saúde mesmo nos países imperialistas mais abastados. Social. Os habitantes da maior parte do planeta tem esperança de vida média de 50 anos, como ocorre na Nigéria (53,02 anos), Moçambique (52,94) e Afeganistão (50,87). Já os países imperialistas a esperança de vida média é 80 anos,
como no Japão (89,79 anos), Suíça (82,50 anos), França (81,75 anos), Espanha (81,57 anos) e Alemanha (80,57 anos).

Em Israel não é só uma questão do sionismo contra os palestinos. Os sionistas são o setor mais politicamente organizado e militante a favor do massacre da população palestina. Em recente pesquisa, 57% da população de Israel aprovou a matança o povos palestino, enquanto apenas 1,8% consideram que a violência “é excessiva”. Não se trata apenas de apoiar o Estado de Israel, ou a expulsão dos palestinos a maioria dos israelenses julgam que tem direito “desumano” de poder assassinar com bombas destrutivas e armas químicas como o fósforo branco cerca de 18787 pessoas, 70% das quais são mulheres e crianças, com quase 50.000 feridos, e que se sente protegido e legitimado pelo imperialismo que proclama seu “direito e obrigação de defender-se”. O sionista é em si uma espécie de porta-aviões nuclear terrestre cuja função é garantir a dominação imperialista do Oriente Médio e do exportação deinstrumentos repressivos de alta tecnologia.

A maioria da população invasora israelense apoiadora do massacre desumano defende também a repressão metódica à liberdade de expressão. Mas isso não se deve apenas aproveitamento dos grandes recursos de gás descobertos em 2015 em Gaza, ou a pilhagem das terras férteis e a pesca abundante da costa de Gaza. Tudo isso é verdade, mas não basta.

A deportação total da população de Gaza é um dos objetivos táticos essenciais para o sionismo alcançar o objetivo histórico do Grande Israel, que afirma ser baseado na Bíblia. São desculpas que justificam os sionistas – “armados e perigosos” — ser uma potência nuclear descontrolada e incontrolável. Uma subpotência, na verdade, pois sem os Estados Unidos, o exército sionista não sobreviveria um mês.

Além disso, os EUA e a entidade sionista são uma simbiose, motivo pelo qual o Senado dos EUA pode declarar oficialmente que não vai se retirar da Síria, país que invadiram, ocuparam e saquearam.

A aliança estratégica entre quase todas as burguesias muçulmanas e o Ocidente é uma das razões para a falta de ajuda solidária para a Palestina . É essa aliança que criou e impôs a mentira de que, primeiro, é uma simples guerra entre o “terrorismo” do Hamas e o “Estado democrático de Israel”. O Hamas na Faixa de Gaza tornou-se, na verdade, a força majoritária endossada em eleições verdadeiramente democráticas, com um política de assistência social e integração dos diferentes setores bem como uma admirável abertura à participação das mulheres.

A aliança entre o imperialismo e boa parte das burguesias muçulmanas são as mais interessadas no colapso da resistência popular Gaza, mas sua burguesia local permaneceu como colaboradora do ocupante ianque. Isso se assemelha ao que está acontecendo na Cisjordânia em onde a chamada Autoridade Nacional Palestina, que é representante da corrupta burguesia colaboracionista, e atua como polícia municipal do sionismo. Pode-se dizer que: Enquanto as pessoas vivem nos guetos, algumas empresas da Cisjordânia ainda estão
vendendo, comprando e lucrando. Além disso, muitos deles fazem negócios com o ocupante.

Mas o imperialismo norte-americano quer ficar com tudo, destruindo Gaza primeiro e depois a Cisjordânia, isto é, aniquilar a Palestina às suas raízes materiais e materiais. No final, a entidade sionista enfrentará o mesmo dilema enfrentado pelos criminosos que exterminaram
a Comuna de Paris, em 1871, expressa por Marx da seguinte forma: “Gloriosa civilização, cujo grande problema é saber livrar-se das pilhas de cadáveres que ela fez depois que a batalha tinha cessado”. Nesta terra palestina devastada, os tubarões do capital financeiro internacional atacarão como verdadeiros piratas e aves de rapina para “ajudar” a recuperação da entidade sionista. A destruição planejada dos serviços de saúde em Gaza, com seus efeitos chocantes sobre o povo palestino, abre um novo mercado. É a fome insaciável dos fundos abutres por carne humana e que já estão devorando meio mundo.

A burguesia da Cisjordânia fará todo o possível para abortar toda mobilização popular perigosa para o sionismo, todas as práticas de solidariedade com Gaza e a resistência que Israel usa como desculpa para destruir a Cisjordânia. É na luta de classes que descobrimos que o objetivo da unificação nacional palestina com um único Estado “do rio ao mar” não é o interesse de suas burguesias e só é alcançável com o desaparecimento da entidade sionista e destas classes dominantes execráveis.

O direitos de classe antagônicos são, portanto, ao mesmo tempo direitos nacionais antagônicos. Para se referir à opressão nacional, ao colonialismo e o imperialismo, em suas fases, são essenciais porque falar de direitos humanos requer partir da interação entre o
capitalismo, como categoria universal e suas expressões particulares e singulares do imperialismo no século 21. Este método é a espinha dorsal do enriquecimento do pensamento de Marx e o marxismo como práxis da revolução comunista na libertação dos povos, e no que
diz respeito à Palestina no seu conjunto, libertação do povo árabe. Qualquer debate sobre os direitos humanos deve levar em conta os interesses de classe e qual deles se dá em benefício do imperialismo criminoso.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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