Há três tipos de ministros e ocupantes de cargos de alto escalão no governo Lula. O primeiro tipo, que talvez seja a minoria, é composto de aliados do petista, por mais equivocada que sejam algumas decisões; os do segundo tipo são os inimigos, pessoas dos partidos da direita golpista e pessoas de confiança do imperialismo; o terceiro são os incompetentes.
No segundo caso se enquadra Marina Silva, no terceiro, Jean Paul Prates. A primeira, filiada à Rede Sustentabilidade, ocupa o ministério do Meio Ambiente. O segundo, é o presidente da Petrobrás.
Marina Silva deu entrevista no último dia 13 de março para defender que a Petrobrás deveria parar de ser uma empresa de exploração de petróleo. Demostrando ser uma agente dos interesses anti-nacionais infiltrada no governo, Marina Silva quer que o Brasil abandone sua riqueza. Para ela, contrariando a tradicional luta da esquerda brasileira, “o petróleo não tem que ser nosso!”.
Quem ganha com essa política? O imperialismo, que quer que o Brasil continue na miséria, preparando o caminho para que as empresas petrolíferas internacionais ocupem nossas reservas.
A declaração de Marina Silva revela também para que serve a suposta defesa do meio ambiente: para abrir a oportunidade para que os capitalistas dos países imperialistas explorem nossas riquezas e degradem o meio ambiente. Diante do anúncio positivo do governo de que a Petrobrás irá explorar a Margem Equatorial, que abrange a Bacia da Foz do Amazonas, indo do Amapá até o Rio Grande do Norte, o Ministério do Meio Ambiente cogita a hipótese de exigir uma avaliação ambiental estratégica para licenciar o projeto. Essa ação da pasta de Marina Silva poderia dificultar a importante ação exploratória.
A preocupação com o meio ambiente não é nada mais do que uma cobertura para a política do imperialismo. É uma grande farsa.
Marina saiu do governo do PT e posteriormente do próprio PT e se tornou oposição ao partido, aliando-se inclusive a Aécio Neves na eleição de 2014, no segundo turno, contra Dilma Rousseff. É um elemento da direita, uma pessoa de confiança do imperialismo que precisa ser colocada para fora do governo.
O outro caso é o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates. Embora seja do PT, e não seja um inimigo do governo, sua presença na presidência da Petrobrás não cumpriu o objetivo mais importante. Pressionado pelos acionistas da empresa, Prates não conseguiu nenhum avanço na política de preços dos combustíveis.
Para romper com a política do governo anterior, de completa subserviência diante do imperialismo, ou seja, dos acionistas internacionais, a principal tarefa da nova direção da Petrobrás seria acabar com a política de preços e acabar com os ativos. Prates completou três meses e não tomou nenhuma medida nesse sentido. Segundo publicado em coluna no jornal O Globo, Lula considera que Prates “não tem conseguido implementar a agenda do governo – como a alteração da política de preços da companhia para os combustíveis, ou um programa de conteúdo nacional para equipamentos, com incentivo ao setor naval.”
Ainda segundo a coluna, “Lula tem criticado publicamente a política de paridade de preços internacionais (PPI) e a distribuição recorde de dividendos a acionistas, que contou com um surpreendente voto favorável de Prates.”
Não sabemos até que ponto as considerações são reais, mas fato é que Prates tem fracassado na política preparada por Lula. É notório que Prates capitulou diante dos acionistas e é preciso colocar uma pessoa de extrema confiança e que consiga peitar os interesses contrários ao povo brasileiro.