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Cisjordânia

Ofensiva fascista de colonos mostra necessidade da luta armada

No último mês, mais de uma dúzia de comunidades palestinas na Cisjordânia foram invadidas por milícias fascistas do sionismo protegidas pelo exército israelense

A incapacidade das forças israelenses de ocupação de derrotar militarmente o Hamas e a resistência, e o número cada vez maior de manifestações em todo o mundo contra o genocídio palestino, vêm fazendo o governo de “Israel” impulsionar os colonos – milícias fascistas – contra a população civil palestina, especialmente na Cisjordânia.

Muitas vezes acompanhados de militares das próprias forças de ocupação, os ataques fascistas dos colonos se intensificaram no último mês, especialmente a partir da segunda quinzena de abril, quando mais de uma dúzia de comunidades palestinas na Cisjordânia foram invadidas por milícias fascistas do sionismo. Protegidos pelas tropas das forças de ocupação, os colonos atacaram vilarejos, destruíram propriedades, incendiaram casas e atiraram contra os moradores por vários dias nas vilas e cidades próximas a Ramalá.

O pretexto dos sionistas para os ataques foi o desaparecimento, no último dia 12 (sexta-feira), do israelense Benjamin Ahimeir, de 14 anos. Segundo o portal +972 Magazine, ele havia saído de seu assentamento ilegal Malachei HaShalom (“Anjos da Paz” – nome cínico) para pastorear, e foi encontrado sem vida no dia seguinte por autoridades israelenses, as quais declararam que ele havia sido uma “vítima do terrorismo”. Contudo, conforme noticiado pelo Resistance News Network, o colono teria morrido em decorrência de uma mordida de cobra.

Com seu desaparecimento, antes mesmo de qualquer notícia oficial sobre sua morte, já no sábado (11), aldeias e cidades palestinas na Cisjordânia já tinham sido atacadas pelos colonos, conforme levantamento feito pelo grupo de direitos humanos Yesh Din. Essa onda fulminante de ataques se seguiu até segunda-feira.

Segundo o Ministério da Saúde palestino, cinco palestinos foram assassinados, sendo que outros 75 ficaram feridos, a maioria em decorrência de disparos de arma de fogos. Dentre os feridos, 14 ficaram em estado grave. Além dos assassinatos, mais de 100 veículos de propriedade de palestinos foram incendiados. Fora a já mencionada destruição das casas de palestinos, empresas também foram alvo de ataques, e centenas de animais foram massacrados.

Conforme noticiado no +972, na segunda-feira (14), “colonos israelenses mataram a tiro dois pastores palestinos – Abdelrahman Bani Fadel, 30, e Mohammed Ashraf Bani Jama, 21 – em terras pertencentes à comunidade de Khirbet al-Tawil, a leste da cidade de Aqraba, perto de Nablus”. O primo de Abdelrahman, Nidal conversou com o +972, e seu depoimento expõe como a ação fascista dos colonos é garantida pelos soldados do exército israelense:

Eu disse aos soldados para expulsarem os colonos e partiremos. Alguns tinham armas e cassetetes, alguns estavam mascarados”. Ao relatar uma briga iniciada após um colono usar esprei de pimenta contra um palestino, Nidal disse que “os soldados dispararam para o ar e, segundos depois, os colonos dispararam M16 de perto”, acrescentando que “moro aqui há 35 anos – não há lei aqui. Os colonos estão acima da lei”.

Maher Bani Fadel, pai de Abdelrahman, também falou ao portal de notícias, destacando que o soldados israelenses ficaram parados enquanto os colonos destruíam suas propriedades e assassinavam seu filho, acrescentando ainda que as milícias fascistas estão recebendo armas do próprio governo israelense, especificamente do Ministério da Polícia, chefiado pelo sionista Ben Gvir:

“Chamaram mais colonos: vieram algumas dezenas e atiraram pedras em nós. Éramos cerca de 20 e quatro ou cinco soldados estavam presentes. Os colonos dispararam contra nós munições reais, talvez 30-40 balas, a poucos metros de distância. Muitos deles tinham armas; não sei quais dispararam. É uma nova arma que receberam do [Ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar] Ben Gvir.”

De fato, os colonos estão acima da lei, segundo constatado pelo +972, que destaca que “desde 2005, apenas 3% dos processos policiais israelenses abertos sobre a violência dos colonos terminaram em condenação”. No presente caso, nenhum colono foi preso.

Vale lembrar que, no mês de março, “Israel” declarou 8.160 dunams (cerca de 2.000 acres) de terras em Aqraba como “terras do Estado”, uma lei de tipo fascista para legalizar o roubo de terras palestinas que já havia sido feito anteriormente pelos colonos e impulsionar mais roubos. Contudo, esses ataques mais recentes foram realizados fora dessa área, em terras oficialmente palestinas. Outro fato que deixa claro que não há lei contra os colonos.

Moradores da aldeia de Duma também deram depoimentos ao +972, expondo o caráter fascista dos ataques. Conforme relatos, os colonos incendiaram casas, carros e equipamentos agrícolas e atacaram moradores. Chegaram, inclusive, a queimar livros, conforme relata Murad Dawabsheh, 52 anos, pai de cinco filhos, sobre o ataque dos colonos à sua casa:

“Este é a minha biblioteca. Quem queima livros? Eu entendo hebraico, ouvi-os dizerem um ao outro para incendiarem a casa cinzenta [o edifício principal onde a família de Dawabsheh estava escondida]. Não tive tempo para ter medo por mim mesmo, tive medo pela minha esposa e pelos meus filhos.”

Novamente, os colonos atacaram sob a cobertura do exército israelense, conforme testemunhou Murad, destacando que os colonos retornaram a Duma cinco vezes para atacar os palestinos:

“Havia soldados com eles. Quando os vi chegando, entrei em casa. Mais tarde, abri a porta por um momento, despejei água e afastei as roupas queimadas com o pé. Os colonos voltaram cinco vezes.”

Hussein Dawabsheh, presidente do Conselho Municipal, deu detalhes de como agem os colonos e de como as tropas sionistas das forças de ocupação dão cobertura para sua ação e garantem a destruição que perpetram:

“Estamos todos em perigo quando o exército entra com os colonos. Os colonos caminharam em grande grupo. Os mais velhos deram instruções aos mais novos – onde ir e o que queimar.”

O líder comunitário destaca ainda que os soldados do exército impedem a entrada de ambulâncias e caminhões de bombeiros na aldeia.

Em declaração cínica, um porta-voz das forças israelenses de ocupação disse ao +972 que as tropas do exército estiveram presentes “para dispersar o atrito que se desenvolveu na área e para proteger a propriedade e as vidas de todos os civis. Qualquer reclamação recebida sobre conduta inadequada por parte dos soldados das FDI será examinada como é habitual e tratada em conformidade”.

A violência fascista dos colonos, com o apoio aberto do exército de “Israel”, mostra a necessidade da luta armada que é travada diariamente pelo Hamas e por demais organizações da resistência palestina, e pelo Eixo da Resistência. Sem pegar em armas contra os sionistas, é impossível que os palestinos se libertem da ditadura nazista de “Israel”.

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