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Editorial

Perseguição é prova do caráter revolucionário da política do PCO

Principais canais parceiros do Partido da Causa Operária foram brutalmente censurados pelo Departamento de Estado norte-americano

No dia 27 de abril, o Partido da Causa Operária (PCO) anunciou que seus três principais canais parceiros no YouTube, a Causa Operária TV (COTV), a Rádio Causa Operária e o Diário Causa Operária, além de seu próprio canal, foram “desmonetizados” pela plataforma de vídeos. Com isso, o Partido não poderá receber mais contribuições diretas de seu público, nem receber pela veiculação de propaganda.

O motivo da censura, conforme alegado pela plataforma, seria o apoio a “grupos extremistas”, o que violaria os termos de uso da plataforma. Uma explicação vaga (que grupos seriam esses?) e bastante cínica. Afinal, se os tais grupos forem o Hamas e as forças da resistência palestina, por que isso seria considerado ilegal? Por que a defesa dos palestinos seria ilegal, e a defesa do Estado terrorista de “Israel”, que comete crimes de guerra diariamente, não seria?

A resposta é simples. O PCO não infringiu nenhuma lei, nem defendeu nada moralmente inadequado. O PCO está sendo punido porque a defesa de um partido como o Hamas é considerada ilegal pelo governo norte-americano. Mais precisamente, pelo Departamento de Estado norte-americano, que é o responsável pela política repressiva dos Estados Unidos em todo o mundo, seja por meio de leis, seja clandestinamente.

O fato de que os Estados Unidos consideram o Hamas um grupo “terrorista” não tem a menor importância. O PCO é brasileiro e atua no Brasil. Ser censurado com base na legislação norte-americana é, portanto, um atentado à própria soberania nacional.

Visto que os Estados Unidos decidiram violar os direitos do PCO e até mesmo passar por cima da soberania do Brasil, surge a pergunta: por que fazer isso com o PCO? Por que, por exemplo, a CIA e o FBI não desmonetizaram o canal do Partido dos Trabalhadores, que possui mais de dois milhões de filiados? Por que dedicar tanto esforço para calar um partido que não tem parlamentares eleitos?

Em primeiro lugar, o imperialismo está censurando todo mundo. O que ocorre, no entanto, é que, enquanto o PCO sempre denuncia quando é alvo de perseguição, a esquerda costuma procurar entrar em um acordo e, por isso, a censura muitas vezes passa despercebida. Neste momento, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) corre o risco de ser cassado, mas não há nenhuma mobilização de seu partido em sua defesa.

Ainda assim, não há como negar que a censura contra o PCO tenha sido mais brutal que contra qualquer organização da esquerda. O PCO foi o único partido político a ter todas as suas redes sociais bloqueadas na Internet. É o único partido de esquerda a estar no Inquérito das “Fake News“. Uma de suas dirigentes nacionais, Natália Pimenta, teve a sua conta suspensa recentemente. O que há, portanto, de tão especial para que o PCO seja mais perseguido que os outros?

O motivo é muito simples: é que a política da esquerda pequeno-burguesa não incomoda o imperialismo. É, como se diz popularmente, uma política que “nem fede, nem cheira”. A esquerda pequeno-burguesa se mostra muito “revolucionária” quando se trata de seguir exatamente a política do Partido Democrata norte-americano. É a primeira a aplaudir a “mulher negra” na ONU ou na Rede Globo. Mas quando se trata de denunciar o racismo de verdade e defender o povo palestino, se cala.

O PCO é perseguido porque é inconveniente para os que estão no poder. O PCO é um partido de combate, que é contundente nas suas críticas, que fala abertamente o que pensa, que não compactua com a repressão, e por isso é perseguido sistematicamente. A perseguição, no final das contas, é uma prova do caráter revolucionário e combativo do PCO. Não fosse assim, o que o PCO faz e fala não teria repercussão.

O caso da Palestina deixou isso claro. Chorar pelos palestinos e dizer como é triste a morte de pessoas em uma guerra, até mesmo a Rede Globo é capaz de fazer. A esquerda provavelmente não será perseguida por isso. No entanto, denunciar o sionismo, exigindo o fim do Estado de “Israel”, e defender a luta armada palestina, o imperialismo não tolera.

A esquerda que, diante da atual polarização, não é perseguida é porque sua política não é vista como revolucionária, ou como diria a ditadura militar, uma atividade subversiva. Se a esquerda é incapaz de uma atividade subversiva, não é capaz de ter uma atividade revolucionária, que é subversiva por natureza. É uma esquerda conformista.

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