Hoje iniciam-se as semifinais da Copa do Mundo do Catar. Com a partida entre Argentina e Croácia, prevista para iniciar às 16h do horário de Brasília, a Copa irá retomar após três dias de pausa. Amanhã, também saberemos o outro finalista, que sairá da partida entre Marrocos e França, também marcada para o horário das 16h.
Os vencedores de ambos os confrontos se confrontarão na grande final da Copa do Mundo, que ocorrerá ainda neste domingo, às 12h. No entanto, independente do desfecho dos jogos, já está claro que o imperialismo definiu quem deverá ser o campeão mundial. Após um jogo cheio de polêmicas com a Inglaterra, após ter passado uma fase de grupos marcada por altos e baixos, perdendo inclusive para Tunísia na última rodada, a seleção francesa é colocada como grande favorita pela imprensa mundial para vencer a competição.
Esse seria o segundo título consecutivo da França, em um momento onde a crise do imperialismo é geral e o país se mantém como o único dos principais grandes países imperialistas, que ainda se encontra em alguma estabilidade. Na Inglaterra, cai um primeiro-ministro a cada mês, a Itália, que vive enorme crise, sequer foi à copa, e Alemanha acompanha desde 2016 a crise e o forte crescimento da extrema-direita no país. Sobrou a França, dentre os países imperialistas, como o mais importante para o imperialismo neste momento. Dar a vitória aos franceses e buscar, com um novo título na Copa, garantir um maior equilíbrio político ao governo Macron é fundamental neste momento.
Em 2018, a Copa que ocorreu na Rússia foi marcada por grandes escândalos com o primeiro uso do VAR na competição. Garantindo pênaltis para a França a todo custo e fazendo a seleção imperialista avançar, inclusive tirando o Brasil da Copa de maneira irregular, o imperialismo garantiu a vitória francesa. Em 2022 a história não é muito diferente. O principal problema para o imperialismo, o Brasil, foi derrotado com grande apoio do VAR e da pressão da imprensa burguesa, liberando o caminho para os franceses avançarem.
Contudo, esta Copa também um novo marco para a crise do imperialismo no futebol. Temos, depois de muito tempo, a primeira vez onde apenas um país imperialista poderá vir a jogar a final da competição. Confrontando a França, está Marrocos, a aguerrida seleção árabe que se tornou o primeiro país africano a chegar nesta etapa da competição. Do outro lado do chaveamento, Argentina e Croácia, dois países oprimidos se enfrentarão.
Os casos de erros absurdos de arbitragem tem se tornado norma na competição e com grande ajuda do VAR. O Brasil foi derrubado sem marcarem um pênalti claro e com agressões generalizadas a jogadores brasileiros. Os argentinos, também reclamaram de uma série de injustiças da arbitragem no confronto contra o Holanda. Está claro que o imperialismo assim, fará de tudo para que a França conquiste a competição.
Este problema, demonstra que futebol e política estão totalmente atrelados. Para o imperialismo, a vitória em um momento de crise é fundamental para equilibrar os ânimos da população de seus próprios países e impedir que os países oprimidos levantem a cabeça. Enquanto o Brasil jogava, as notícias deixavam claro que todos os povos atrasos estavam do lado da Seleção. Vídeos de países como Índia, Somália, Haiti, e muitos outros, demonstravam a união dos povos oprimidos contra o imperialismo. Em um momento de crise como vivemos, é inadmissível para o imperialismo permitir que um país como o Brasil levante a cabeça, impulsionando os povos oprimidos de todo o mundo.
Para a seleção francesa chegar onde está foi necessário uma grande campanha. Em primeiro lugar, foi organizado uma grande operação de importação de jogadores. Hoje, mais da metade dos titulares franceses sequer são franceses de fato, sendo a maioria provindo dos países africanos. Mesmo assim, isso não seria suficiente para dar nova vida ao futebol europeu, que vive enorme crise. A imprensa imperialista montou uma grande operação. Desde de antes da Copa a França era a favorita, e desde que começou a competição, não haveria nenhum jogador como Mbappé atuando.
A campanha é descarada. No Brasil, a imprensa burguesa a repete como papagaio, e para piorar tenta preparar o terreno para incentivar uma artificial e farsesca torcida dos brasileiros para a Argentina, algo que serve apenas para demoralizar o país e seu próprio povo.
Se tudo ocorrer como o imperialismo planeja, a França será novamente campeã, e Mbappé, um jogador irregular em toda a competição, será coroado como em 2018, como um “novo” Pelé.