A gigante farmacêutica Bayer por meio de sua gerente, Patricia Leung, anunciou que uma das maiores prioridades da empresa atualmente é a busca de inovação por meio do aumento da diversidade dentro da empresa. Leung em um discurso que de tão cínico é possível imagina-lo sendo dito pela gravação de um robô, declarou:
“Nossa sociedade é composta por cerca de 53% de negros e todas essas pessoas fazem parte do ecossistema no qual estamos inseridos.Através da diversidade e da inclusão, a Bayer aumenta sua capacidade de gerar soluções inovadoras e de alto impacto para a sociedade e para o meio ambiente.”
Uma das iniciativas da empresa nesse sentido, o programa trainee Liderança Negra Bayer, recebeu cerca de 25 mil inscrições para apenas 19 vagas.
O quanto as gigantes farmacêuticas realmente se importam com as vidas negras?
A agência pública fez um recorte social dentro dos dados da populaçâo ate agora vacinada no Brasil e descobriu que apesar de 56% dos brasileiros se declararem pretos e pardos, apenas 19% dos vacinados ate o momento se enquadram nesse perfil. As poucas vacinas que chegam aos países pobres são em sua maioria distribuídas para segmentos privilegiados da sociedade, pode se dizer que até mesmo a prioridade de vacinação para pessoas mais velhas é um recorte social nesse sentido, já que a expectativa de vida da população negra tende a ser menor devido as condições adversas de vida a que esta sujeita.
Gigantes farmacêuticas como a Bayer, se tivessem algum respeito para com os negros, teriam tornado a vacina um bem disponível a toda a humanidade, aberto mão da patente e dessa forma permitido que fosse fabricado um volume suficiente de doses para chegar a toda população mundial, em especial os setores em situação desfavorável na fila da vacinação sob os termos do capitalismo. Isso seria uma solução real, de alto impacto para a sociedade e o meio ambiente, como a que a Bayer diz almejar…
No Brasil o lobby da industria farmacêutica foi capaz de fazer com que o próprio governo, mesmo em meio ao caos na saúde pública, se colocasse contra a quebra das patentes da vacina e medicamentos contra a covid-19. Apesar das péssimas qualidades pessoais do presidente, sua posição não é por mera maldade mas sim por influência e atendendo aos interesses, de poderosos monopólios farmacêuticos que estão dispostos a todo tipo de demagogia, desde que afetem os lucros.