Novamente o Haiti, um dos países mais pobres de todo continente americano, entrou em estado de ebulição. Os haitianos saíram novamente as ruas contra o governo local em plena crise do coronavírus e colapso econômico.
O governo de Jovenal Moïse já havia, no ano anterior, sofrido grande protestos por parte dos trabalhadores que buscavam derrotar nas ruas o governo direitista. Dessa forma, com o aprofundamento da pandemia do novo coronavírus, que em dados oficiais registrou até o domingo (18) 456 infectados e 20 mortos, isso tendo uma população de 11,12 milhões de habitantes, provou uma nova revolta popular.
Em Porto Príncipe, diversos grupos de oposição convocaram um ato, mesmo com as medidas de restrição impostas pelo governo. A mobilização, foi realizada durante o aniversário de 217 anos da criação da bandeira.
Um dos líderes opositores, André Michel, coloca que o presidente direitista precisa abandonar o cargo, após novos escandalos envolvendo desvio de estatais.
Desde 2019 a crise do governo expande-se e o ódio popular pelo mesmo é cada vez maior. As ruas foram tomadas dezenas de vezes em protestos muito radicalizados, que obrigaram o fechamento de fabricas, escolas, comércios, etc.
Os dados apontam que a pandemia vem contaminando em ritmo crescente a população, e o colapso do sistema de saúde passa a ser uma realidade. A baixa condição sanitária e péssima condições de vida do povo impulsionam esta situação.
O Haiti proibiu reuniões com mais de 10 pessoas, além de fechar empresas e escolas. No entanto, o estado de isolamento não é uma realidade para o povo que passa fome e contamina-se diretamente com o vírus.
Ao contrário da política seguida pela esquerda no Brasil, os Haitianos demonstraram na prática que a única forma de garantir a sobrevivência dos trabalhadores é por meio da mobilização popular.
Este chamado às ruas, representa hoje um fundamental passo na mobilização em toda América Latina. Pouco a pouco, os trabalhadores rompem com a política direitista das direções populares e levanta-se contra a política genocida da burguesia internacional.