América Latina

Operários bolivianos seguem em protesto contra golpe eleitoral

Manifestações persistem contra o "gasolinazo" de Rodrigo Paz

A crise desencadeada pelo Decreto Supremo 5503, que elimina os subsídios aos combustíveis, se aprofunda na Bolívia com forte repressão policial contra manifestantes e ao menos uma dúzia de bloqueios rodoviários ativos em departamentos como La Paz, Cochabamba, Potosí e Chuquisaca. As mobilizações, que já duram vários dias consecutivos, marcaram o segundo dia de confrontos diretos em La Paz contra o ajuste fiscal imposto pelo governo de Rodrigo Paz, denunciado como um ataque direto à classe trabalhadora.

Na terça-feira, agentes da Polícia Boliviana reprimiram com gás lacrimogêneo e violência física trabalhadores filiados à Central Operária Boliviana (COB), mineiros da Federação Nacional de Cooperativas Mineiras (Fencomin), professores e operários industriais que marchavam da avenida Montes em direção à Praça Murillo, o coração político do país. Os confrontos, iniciados por volta das 10h45, se estenderam por cerca de 25 minutos intensos, culminando no recuo forçado dos manifestantes para a avenida Mariscal Santa Cruz, sob forte presença policial.

Um dirigente mineiro, Andrés Paye, denunciou que a intervenção foi uma “ordem direta do governo para atacar o povo e os trabalhadores”. A marcha marcou o segundo dia consecutivo de protestos em massa, após a greve geral e o cerco anunciados pela COB no dia anterior, com milhares de trabalhadores mobilizados contra o decreto que revogou os subsídios aos hidrocarbonetos. Imagens da Telesur e das redes sociais mostram nuvens de gás e manifestantes sufocados, reavivando as memórias do “gasolinazo” de 2010, quando aumentos semelhantes provocaram semanas de caos social.

Na segunda-feira, dirigentes da COB — entre eles o secretário-executivo Mario Argollo — aguardaram por mais de uma hora uma reunião com o presidente Rodrigo Paz e ministros do Executivo na Casa de Governo, que nunca aconteceu, inflamando ainda mais as ruas. Argollo reafirmou que “as mobilizações continuarão até a revogação total do Decreto Supremo 5503”.

O governo afirma ter alcançado acordos com cerca de 20 organizações sociais, que supostamente teriam deixado as ruas. No entanto, a realidade aponta o contrário: persistem bloqueios em estradas estratégicas, paralisações de motoristas e operários industriais, além de uma paralisação nacional convocada pela COB, com a Fencomin à frente de marchas em todo o país. Sindicatos, como o dos mineiros bolivianos, seguem protestando pelo segundo dia consecutivo.

O DS 5503, justificado pelo governo como resposta à crise fiscal, elimina os subsídios aos combustíveis, provocando um novo “gasolinazo” que dispara os preços do transporte público (ônibus e automóveis), do frete e, consequentemente, da cesta básica de alimentos, com aumentos estimados entre 20% e 30% no custo de vida diário. Sindicatos e organizações populares denunciam que a medida “impõe o peso do ajuste fiscal à classe trabalhadora e aos setores mais pobres da sociedade”.

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