O Gabinete Governamental de Gaza informou, nesta terça-feira (9), que as forças de ocupação de “Israel” cometeram 738 violações do acordo de cessar-fogo desde outubro. As ações incluem ataques diretos contra civis, incursões terrestres, bombardeios a áreas residenciais e ofensivas contra prédios civis, com centenas de mortos e feridos.
Em nota, o órgão detalhou que suas equipes registraram, entre 10 de outubro e a noite de 8 de dezembro, 205 ataques diretos a civis, 37 incursões de veículos militares em áreas residenciais, 358 bombardeios contra civis desarmados e suas casas e 138 ofensivas contra edifícios e instituições civis.
Segundo o balanço, essas ações resultaram no assassinato de 386 palestinos e deixaram 980 feridos, além de 43 casos de sequestros. O gabinete afirma que os episódios configuram violação grave dos termos do cessar-fogo e das normas do direito humanitário.
Paralelamente, o órgão informou que o bloqueio à entrada de ajuda humanitária continua. Dos 36 mil caminhões previstos com alimentos, medicamentos, combustível e outros itens básicos para os últimos 60 dias, apenas 13.511 chegaram à Faixa de Gaza, o que corresponde a 38% do total acordado. Em lugar dos 600 caminhões diários estabelecidos, a média registrada foi de 226 por dia.
A limitação na entrada de suprimentos agrava a situação da população de mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza, que permanece sob cerco, com falta de alimentos, remédios, água potável e combustível. As autoridades locais alertam para o risco de doenças e para a dificuldade em manter o funcionamento de hospitais e serviços essenciais em meio às restrições.
O Gabinete Governamental de Gaza pediu que organismos internacionais acompanhem as violações documentadas e atuem para garantir que o cessar-fogo seja respeitado e que a ajuda humanitária chegue em volume suficiente ao território.
