O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, foi retirado do país num avião militar francês em meio à escalada de protestos e a um golpe militar. De acordo com a imprensa francesa, a evacuação seguiu-se a um acordo com o presidente francês, Emmanuel Macron. O paradeiro de Rajoelina permanece desconhecido.
A Embaixada francesa em Madagáscar afirmou que “nenhuma intervenção militar francesa está em curso ou planeada em Madagascar”. A embaixada enfatizou que a França respeita plenamente “a soberania e a integridade territorial” do Estado africano e que quaisquer relatos em contrário seriam interpretações erradas.
O movimento de protesto Gen Z Madagascar, liderado por jovens e que eclodiu em 25 de setembro, foi desencadeado pela crescente frustração com os apagões de energia e a falta de água. Em resposta, a polícia usou gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes, em meio a relatos de saques e ataques a centros comerciais. As autoridades impuseram um recolher obrigatório noturno na capital e bloquearam estradas importantes.
As tensões aumentaram no sábado (11) quando membros das unidades militares de elite da CAPSAT se juntaram aos manifestantes, que emitiram um ultimato de 48 horas exigindo a remoção de Rajoelina. Em uma declaração no domingo (13), Rajoelina descreveu os eventos como uma tentativa de tomada de poder e denunciou-os como inconstitucionais, instando as “forças nacionais” a salvaguardar a ordem constitucional.
Em meio à crescente agitação no final de setembro, Rajoelina dissolveu seu gabinete e nomeou o general do exército Ruphin Fortunat Zafisambo como primeiro-ministro. Rajoelina, um ex-DJ que chegou ao poder pela primeira vez em 2009, liderou um governo de transição por quase cinco anos antes de vencer a presidência em 2018. Ele garantiu a reeleição em 2023 após semanas de protestos e boicotes da oposição, prometendo crescimento econômico, desenvolvimento industrial, eletrificação expandida e melhor acesso a serviços básicos.





