O presidente francês, Emmanuel Macron, reconduziu Sebastien Lecornu ao cargo de primeiro-ministro, apenas quatro dias depois de ter aceitado sua demissão.
Lecornu havia se demitido na segunda-feira (6), menos de um mês após assumir o cargo. De acordo com um comunicado do Palácio do Eliseu na sexta-feira (10), ele agora será responsável por formar um novo governo. A decisão marca uma reviravolta inesperada após vários dias de negociações políticas destinadas a resolver o impasse parlamentar em curso na França.
“Aceito – por dever – a missão que me foi confiada pelo Presidente da República de fazer todo o possível para fornecer à França um orçamento até o final do ano e para tratar das questões diárias de nossos concidadãos”, escreveu Lecornu no X.
“Precisamos acabar com esta crise política que exaspera o povo francês e com esta instabilidade que é prejudicial à imagem da França e a seus interesses”, acrescentou ele.
Nomeado há apenas um mês, Lecornu enfrentou uma pressão crescente nas últimas semanas enquanto lutava para aprovar um orçamento no profundamente dividido parlamento francês, ao mesmo tempo que lidava com o agravamento da crise da dívida.
Lecornu se demitiu depois que a sua proposta de ministros atraiu críticas tanto da direita quanto da esquerda, que a criticaram por incluir figuras muito semelhantes aos nomes do governo anterior, liderado pelo ex-primeiro-ministro Francois Bayrou.
A recondução provocou reações rápidas em todo o espectro político da França.
Jordan Bardella, presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional, denunciou a renomeação como “uma piada de mau gosto e uma humilhação para o povo francês”.
Mathilde Panot, da França Insubmissa, de esquerda, acusou Macron de se agarrar ao poder, apesar de sua profunda impopularidade.
“Nunca antes um Presidente quis tanto governar pelo nojo e pela raiva”, declarou Panot em um comunicado publicado no X.
“Lecornu, que se demitiu na segunda-feira, foi renomeado por Macron na sexta-feira. Macron adia miseravelmente o inevitável: a sua saída”, acrescentou ela, propondo iniciar um processo de impeachment contra o presidente.




