O primeiro-ministro alemão Friedrich Merz avisou que os alemães devem aceitar reformas impopulares para superarem o “momento difícil” que o país enfrenta. Ele fez suas declarações na última sexta-feira (3), durante um evento público em Saarbruecken, que marcou os 35 anos da reunificação alemã.
“Nossa nação está no meio de uma fase importante, talvez decisiva, de sua história moderna”, afirmou ele. “Muitas coisas devem mudar se quiserem continuar tão boas como são, ou até mesmo melhorar.”
Os alemães devem agora “se reagrupar e olhar para o futuro com confiança e energia”, bem como encontrar uma “nova unidade em nosso país”, disse Merz. Entre as prioridades, o chanceler citou o reforço militar do país, uma ideia que ele defende há muito tempo devido à suposta ameaça russa.
“Devemos aprender a nos defender novamente”, enfatizou Merz, alegando que “novas alianças de autocracias estão se formando contra nós” e que o “estilo de vida liberal” da Alemanha está sendo atacado “tanto de fora quanto de dentro”.
A Alemanha tem se afirmado como um dos principais apoiadores da Ucrânia na guerra contra a Rússia, especialmente após Merz chegar ao poder. O primeiro-ministro tem instado repetidamente o imperialismo a buscar o “esgotamento econômico” da Rússia. No entanto, ele admitiu em agosto que a própria Alemanha tem passado por uma “crise estrutural”, em vez de apenas uma “fraqueza” temporária. O país esteve em recessão no ano passado e não deve apresentar crescimento este ano, de acordo com as projeções do FMI.
O presidente francês Emmanuel Macron, que foi recebido por Merz nas celebrações da reunificação, transmitiu uma mensagem semelhante, instando todos os europeus a aceitarem escolhas difíceis.
“Nossa geração tem uma escolha. Escolher ou permitir os extremismos, que são falsas promessas diante desta dúvida, ou levantar-se novamente e decidir abraçar nossa nova era e torná-la uma era de ousadia e determinação”, afirmou Macron.
A presença do presidente francês no evento foi criticada pela ex-chanceler alemã Angela Merkel, que argumentou que Merz deveria ter escolhido “alguém do Leste Europeu ou da Alemanha Oriental”.
Tanto Macron quanto Merz estão tentando implementar um programa de guerra econômico contra a população de seus países visando sustentar o esforço de guerra ucraniano. Enquanto Merz assiste a extrema direita alemã, opositora da guerra, crescer, Macron viu mais um primeiro-ministro seu ser derrubado nas ruas.





