Bolívia

O acerto de Evo Morales ao chamar o voto nulo

Postura mostra a evolução do presidente diante da ofensiva golpista e deve servir de exemplo para a esquerda no sub-continente

As eleições bolivianas deste ano ficaram marcadas pelo fracasso do Movimento ao Socialismo (MAS), o partido nacionalista do país, fundado pelo ex-presidente Evo Morales, maior líder popular da Bolívia. O candidato do partido, que era apoiado pelo presidente Luis Arce, teve apenas 3,2% dos votos e não foi apoiado por Morales, que, denunciando o processo eleitoral, chamou o voto nulo.

A política de Morales foi absolutamente correta e ela deu um resultado positivo porque ela questiona a eleição. Um total de 20% dos eleitores anularam, colocando a fraude eleitoral em evidência, apesar de toda a tentativa do imperialismo de esconder esse fato. Em segundo lugar, o voto nulo já prepara o movimento popular para se enfrentar com o novo governo. O governo ele nasce sem legitimidade popular.

Em 2018, no Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT) se recusou a adotar essa política, que seria a política correta. Quando Lula foi impedido de concorrer por um golpe de Estado, o partido decidiu lançar um outro candidato, integrante da burocracia petista, Fernando Haddad. O resultado foi um desastre. Não apenas o candidato foi derrotado, como o partido ficou paralisado durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro (PL). O partido só retomou o governo em 2022 por uma série de questões que, em geral, independeram de sua política.

A política do Evo Morales, nas atuais eleições, é uma política muito mais progressista. O curioso é que isso mostra uma evolução do ex-presidente boliviano. Afinal, quando ele sofreu um golpe de Estado em 2019, Morales capitulou de maneira vergonhosa. Enquanto ainda era presidente, ele entregou o ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti para a extrema direita brasileira e para o imperialismo italiano, em uma tentativa de acordo com os seus inimigos. Ao ser deposto, saiu do país e não chamou o povo a resistir contra o golpe. A resistência aconteceu apesar da capitulação de Morales, ainda que tardia.

Ainda que a mobilização tenha sido parcialmente vitoriosa, pois derrotou a direita golpista boliviana, a vacilação de Morales fez com que a burguesia conseguisse manipular a situação e evitasse que Morales fosse presidente. O próprio Morales, à época, cedeu à pressão e apoiou outro candidato, Luis Arce, em vez de pleitear a sua candidatura.

Hoje, no entanto, Morales assumiu a política correta.

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