Palestina

Hamas realiza com sucesso sétima troca de reféns

Seis israelenses foram entregues à Cruz Vermelha para que retornassem ao país artificial. 602 palestinos devem ser libertados como conclusão

No último sábado (22), ocorreu uma nova troca de prisioneiros entre o Hamas e “Israel”, parte do cessar-fogo em vigor desde o último 19 de janeiro, que busca encerrar os 15 meses da fase mais recente da guerra de libertação nacional na Faixa de Gaza.

O Hamas liberou seis israelenses vivos neste sábado. Eles foram entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, para serem transportados de volta a “Israel”. Os nomes dos reféns liberados não foram amplamente divulgados nos relatos mais recentes, mas fazem parte do grupo de 33 reféns (vivos e mortos) que o Hamas concordou em soltar na primeira fase do acordo de trégua.

Em troca, “Israel” prometeu libertar 602 prisioneiros palestinos. Vários estão presos há décadas e por motivos variados, ou até mesmo sem motivos. São 50 prisioneiros cumprindo prisão perpétua, 60 com sentenças longas, 41 parte do acordo “Wafaa al-Ahrar” que foram presos novamente e 445 pessoas de Gaza que foram presos pela ocupação após o 7 de outubro.

Desde o início do cessar-fogo, o Hamas já libertou 19 reféns vivos e devolveu os corpos de outros, como os da família Bibas e de Oded Lifschitz, assassinados pelos bombardeios sionistas — e não pela resistência, como a propaganda de Netanyahu tenta fazer crer.

Essa é a sétima troca desde janeiro, parte da primeira fase do acordo que prevê a libertação de 33 reféns (vivos e mortos) por até 2.000 combatentes e civis palestinos. Em Telavive, o regime israelense tenta transformar a devolução dos corpos de reféns em um circo midiático. Na quinta-feira, 20 de fevereiro, os restos mortais de Shiri Bibas, seus filhos Kfir e Ariel, e do idoso Oded Lifschitz foram entregues em caixões pretos — vítimas dos próprios ataques israelenses, mas usados como propaganda para justificar o genocídio.

Dos 251 israelenses feitos como prisioneiros em 7 de outubro de 2023, 76 ainda estão em Gaza. Já os sequestrados palestinos, que eram 12 mil antes do acordo, ainda somam 4.500, incluindo mulheres e crianças, torturados em prisões ilegais.

Ao contrário das expectativas da resistência, o nome de Dr. Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, não estava na lista de prisioneiros a serem libertos hoje. A ocupação continua a detê-lo, além de muitos outros médicos, funcionários da saúde e até mesmo pacientes que foram sequestrados dos hospitais de Gaza.

Veja a história de alguns prisioneiros palestinos soltos:

Nael Barghouti, um líder dentro das prisões, passou 45 anos sequestrado no enclave imperialista no Oriente Médio. Esse é o maior período de detenção dentro das prisões da ocupação na história do movimento de prisioneiros palestinos. Ele será deportado com outros prisioneiros para fora de Gaza.

Outro cidadão de Gaza que será liberto é Diaa Al-Agha, um prisioneiro antigo, de antes dos Acordos de Oslo, assinados em 1993. Ele passou 33 anos nas prisões israelenses e está sentenciado à prisão perpétua. Ele está em listas de negociação de reféns há anos, mas “Israel” se recusa a libertá-lo. Quando sua irmã e seu pai morreram, o regime sionista também o impediu de se despedir de seus parentes.

Detido desde 1995, outro prisioneiro a ser libertado é Abdul Nasser Issa, tendo sido preso diversas vezes. Assim como Diaa Al-Agha, Abdul perdeu parentes, seus pais, e não pode se despedir devido a imposições do regime sionista.

Essa é, entretanto, uma vitória da resistência e deve ser celebrada como um passo à frente nos acordos. A libertação dos prisioneiros palestinos, mesmo que parcial, demonstra que a ocupação sionista não pode impor sua vontade sem resistência. Cada combatente libertado representa uma nova força para a luta contra o regime genocida imposto ao povo palestino pelo imperialismo.

Enquanto isso, a brutalidade do exército sionista continua, com novas detenções arbitrárias na Cisjordânia ocupada e o avanço dos assentamentos ilegais. Em Gaza, mesmo com o cessar-fogo, a crise humanitária se aprofunda com bloqueios impostos por “Israel” impedindo a entrada de suprimentos essenciais, incluindo comida e remédios. Milhares de palestinos continuam sem acesso à água potável, energia elétrica e atendimento médico adequado, agravando ainda mais a catástrofe causada pelos bombardeios.

O massacre em Gaza e a repressão na Cisjordânia deixam mais do que claro que “Israel” não tem interesse real na paz. A libertação de prisioneiros, ainda que uma conquista, é apenas um aspecto da luta do povo palestino, que segue resistindo contra a ocupação e lutando pelo direito à sua terra de todas as maneiras possíveis por meio, sobretudo, da resistência armada.

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