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Imprensa brasileira

Defensores da ditadura sionista voltam as baterias contra Maduro

Declarações do presidente venezuelano produziram reações das mais diversas no Brasil que demonstraram a desorientação de setores da esquerda nacional

Após as declarações de que as urnas brasileiras não são auditáveis, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, provocou uma celeuma com a direita brasileira. Diversos órgãos do campo dedicaram-se a uma campanha para tornar o líder da República Bolivariana (incluída no “eixo do mal” do imperialismo por seu acentuado antagonismo à ditadura dos monopólios) comparável ao líder da extrema direita brasileira, o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro.

Na última terça-feira (23), Maduro afirmou que o sistema de votação brasileiro é “inauditável” e que a Venezuela tem “o melhor sistema eleitoral do mundo”, com 16 auditorias. “Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam um único registro”, disse em comício, o que valeu uma avalanche de críticas por parte da direita nacional, entre eles, o colunista de O Globo Merval Pereira, segundo o qual, “Maduro foi especialmente malicioso com seus companheiros de esquerda Lula e Gustavo Petro. Colocou-os ao lado do protótipo do direitista raivoso, Donald Trump” (Maduro em transe, 25/7/2024).

“A política está tão aloprada que o protoditador [grifo nosso] da Venezuela, Nicolás Maduro, saiu em defesa de Jair Bolsonaro e Donald Trump depois que o presidente brasileiro disse ter se assustado com o ‘banho de sangue’ previsto, em caso de derrota no domingo, por seu antigo aliado”, escreveu Pereira em sua coluna, sem, contudo, explicar exatamente qual seria a defesa de Bolsonaro ou de Donald Trump. O colunista continua o ataque, acrescentando (aqui sim) uma defesa do imperialismo:

“Um tipo como Maduro dando-lhe razão não podia ser melhor para Bolsonaro, que nem precisou sair em sua defesa, pois a fala já é suficiente para avalizar a tese amalucada. Se até um líder esquerdista como Maduro acha isso, está provada. Esse imbróglio no centro nervoso da esquerda da América do Sul só acontece porque, nesse campo, bastou ser contra os Estados Unidos para ter abrigo, por mais absurda que seja a situação”.

O ex-presidente, por sua vez, reagiu com uma mensagem no X, dizendo “Maduro is my friend (Maduro é meu amigo, em português)”. Na mesma publicação, Bolsonaro trazia uma captura de tela de outra matéria do gênero, produzida pelo igualmente golpista portal UOL.

“Maduro disse que as urnas brasileiras não são auditáveis, dando margem a questionamentos sobre os resultados das eleições. É exatamente o mesmo argumento usado pelos bolsonaristas”, escreveu a colunista do portal (de propriedade do golpista Grupo Folha), Raquel Landim, no artigo intitulado É inadmissível tolerar fala bolsonarista de Maduro sobre eleições no Brasil.

“Os venezuelanos estão às vésperas de eleições presidenciais delicadas neste fim de semana, processo que o Brasil muito se empenhou para que seja limpo, chegando a fechar um acordo com os Estados Unidos, que os venezuelanos desrespeitaram”, disse Landim, sem entrar no mérito de qual cláusula do Acordo de Barbados teria sido desrespeitado pelo líder venezuelano. “Maduro”, continua, “dá todos os sinais de que não vai aceitar uma eleição que não o consagre como vitorioso. Se ele perder nas urnas e quiser ganhar no tapetão, o Brasil vai apoiar a fraude?”, conclui.

As comparações, no entanto, foram criticadas por ninguém menos que Deltan Dallagnol, ex-deputado cassado por perseguição política da direita centrista. “Como é possível, então, que a imprensa brasileira associe Maduro a Bolsonaro, um de seus maiores opositores?”, questionou Dallagnol em sua coluna ao Bolsonarista Gazeta do Povo, intitulada Para imprensa, Maduro virou “bolsonarista” – pode isso?. “Como associar o discurso crítico de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro a Bolsonaro e não ao autoritarismo do próprio Maduro, que se mantém no poder de forma ditatorial há anos na Venezuela? E pior: como essa atitude pode ser vinculada à extrema direita e não à extrema esquerda, à qual Maduro pertence?”, continua o lavajatista.

Na esquerda também, não faltou quem fizesse a comparação. Caso da jornalista Cynara Menezes, que em seu perfil oficial no X escreveu que “Lula faz bem em soltar a mão dele [Maduro]” e que uma das principais personalidades da luta contra o imperialismo no continente “parece Trump”:

“Se maduro não gosta de democracia e ameaça não aceitar resultado de eleição, Lula faz bem em soltar a mão dele. Esse negócio de ‘banho de sangue’ se perder parece o Trump falando”, conclui a jornalista, evidenciando uma profunda falta de orientação política.

Finalmente, um desenrolar importante foi a afirmação do TSE de que não acompanhará mais as eleições venezuelanas em razão das “falsas declarações” sobre as urnas brasileiras:

“Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo”, afirmou o órgão em nota.

No próximo domingo (28), milhões de eleitores venezuelanos vão às urnas para as eleições gerais do país vizinho. Ciente da dificuldade de seus candidatos derrotarem Maduro, o imperialismo busca interferir na República Bolivariana por meio da confusão.

De maneira cínica, os mesmos que apoiam a ditadura militar que é o Estado de “Israel”, acusa, diante de mais uma derrota iminente do imperialismo, o governo popular de Maduro de ser uma “ditadura”.

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