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Interferência imperialista

França, Alemanha e Itália influenciaram política nacional

Imperialismo utiliza embaixadas para influenciar decisão interna da política nacional e garantir que o espanhol não se tornasse obrigatório nas escolas

Recentemente, a aprovação do Novo Ensino Médio no Brasil trouxe à tona uma grave questão de soberania nacional. Informações divulgadas pela CNN Brasil revelam que França, Itália e Alemanha, por meio de suas embaixadas, exerceram intensa pressão sobre o Congresso Nacional para evitar a obrigatoriedade do ensino do espanhol nas escolas brasileiras. Este episódio demonstra uma vez mais a interferência de países imperialistas na política interna do Brasil.

De acordo com Hélène Ducret, adida de cooperação educativa da embaixada da França no Brasil, a obrigatoriedade do espanhol teria “consequências tremendas” para outras línguas estrangeiras ensinadas no país. A França, juntamente com a Itália e a Alemanha, argumentou que a medida seria catastrófica para a diversidade linguística. Representantes desses países se reuniram com líderes partidários no Congresso Nacional, incluindo o relator do projeto, deputado Mendonça Filho (União-PE), e com o ministro da Educação, Camilo Santana, para articular a retirada da obrigatoriedade do espanhol.

Ducret declarou que “o espanhol já é a escolha para 95% dos brasileiros que vão aprender uma segunda língua” e que uma imposição do governo seria prejudicial. Essa visão foi compartilhada pelas embaixadas da Itália e da Alemanha, que expressaram preocupação com a preservação do ensino de suas próprias línguas no Brasil. Na prática, é importante que fique claro o problema da situação, para os países imperialistas, na integração da América Latina, o quintal dos Estados Unidos, e até a equiparação do idioma inglês com espanhol no ensino básico preocupa os detentores do capital.

A influência imperialista sobre a política brasileira, apesar de tudo, não é de ontem. Nem na educação, nem em nenhum outro fator. A pressão exercida por essas nações para moldar o currículo do ensino médio é um claro exemplo de como países desenvolvidos podem manipular as decisões soberanas de nações de capitalismo atrasado. A imposição de interesses imperialistas sobre a educação nacional não só ameaça a autonomia do Brasil, mas também impede o país de tomar decisões que beneficiem diretamente seus cidadãos e promovam a integração regional, sendo que a história recente do Brasil está repleta de episódios onde potências imperialistas interferiram em assuntos internos como este, muitas vezes em detrimento dos interesses nacionais.

A Operação Lava Jato, que, segundo a imprensa burguesa, visava combater a corrupção, foi não só influenciada, como orquestrada diretamente dos escritórios norte-americanos de Washington, tendo até o presidente da Federação Russa Vladimir Putin alertado a presidente em questão Dilma Rousseff de que os Estados Unidos orquestraram um golpe. Documentos revelaram que agências dos Estados Unidos colaboraram estreitamente com procuradores brasileiros, levando a um impacto desastroso na economia e na política do Brasil, culminando, enfim, no golpe da presidenta eleita Dilma Rousseff em 2016.

Em outro exemplo de intromissão, países imperialistas, sobretudo por meio de suas embaixadas no Brasil e por meio do capital, pressionaram o Brasil a não explorar o petróleo da Margem Equatorial, apesar das declarações do presidente Lula de que o petróleo deveria ser explorado. A exploração desse recurso poderia trazer grandes benefícios econômicos ao país, mas as potências imperialistas, utilizando da desculpa ambiental para impedir o desenvolvimento nacional, trabalharam para limitar a expansão desse setor crucial para a nossa autonomia enquanto país.

O Projeto de Lei do Novo Ensino Médio, aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 9 de julho, agora aguarda a sanção presidencial. Apesar das emendas do Senado que incluíam a obrigatoriedade do espanhol, essas foram removidas pelo relator Mendonça Filho após intensa pressão estrangeira. Com isso, apenas a língua inglesa permanecerá obrigatória, enquanto a escolha de uma segunda língua ficará a critério dos estudantes e das instituições de ensino.

Em resposta às tentativas de contato para obter um posicionamento sobre a interferência das embaixadas, o Itamaraty declarou: “A propósito de sua consulta, sugere-se contato com as Embaixadas dos países mencionados em Brasília.” As embaixadas da França, Itália e Alemanha não responderam aos pedidos de comentário feitos por este Diário.

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