Rio de Janeiro

Cláudio Castro ordena prisão em massa de adolescentes

PM entra em ônibus para abordar jovens e crianças e conduzi-los à delegacia por não ter dinheiro para passagem de volta

Linhas de ônibus que passam pela periferia do Rio de Janeiro rumo às praias da zona sul não existem para proporcionar aos moradores das comunidades um transporte para as praias de sua cidade, mas sim para conduzir os trabalhadores que vivem nessas comunidades para os seus locais de trabalho na região mais privilegiada da cidade. Para estas linhas o governador Cláudio Castro (PL) em conjunto com a prefeitura municipal implementaram desde setembro a Operação Verão.

Sem limites para atender aos interesses dos privilegiados das classes sociais que podem desfrutar as praias do Rio de Janeiro, desde setembro a PM entra e retira aleatoriamente dos ônibus jovens e crianças considerados “suspeitos”. E por que razão? Oficialmente, por não terem como pagar a passagem de volta são considerados suspeitos em potencial e realizar roubos.

Os “suspeitos são então conduzidos à delegacia onde ficam por tempo indeterminado até serem buscados por responsáveis, sendo que alguns são detidos até mesmo na presença dos responsáveis.

Uma vez detidos não se pode prever o que se passa nas delegacias, se serão presos, quais as exigências serão estabelecidas para sua liberação, ou mesmo se serão liberados. Em suma, não se sabe o destino dos jovens da periferia, presos simplesmente por utilizarem o transporte coletivo e serem pobres.

Conforme dito, a operação acontece desde setembro e atinge especificamente as famílias que utilizam essas linhas de ônibus. Pois bem, se o simples deslocamento utilizando o transporte público oferecido para essas comunidades oferece o perigo de encarceramento de seus filhos, a imprensa burguesa diz que o “ideal seria que só os trabalhadores saiam de suas comunidades e para o trabalho”. O que configura um total cerceamento da liberdade de ir e vir, garantida pelo terror desencadeado pela PM e que acaba por resultar em um isolamento dos moradores das comunidades.

Justificada para conter assaltos, que são normais quando as condições mínimas de subsistência da população mais vulnerável não são garantidas, a operação foi judicialmente proibida e só pode acontecer em situações de flagrante. Tanto a prefeitura quanto o Estado não devem apreender ou conduzir adolescentes às delegacias ou aos serviços de acolhimento, não importa o motivo alegado. Ressaltando: isto só pode acontecer em situações de flagrante.

A repressão e o cerceamento da liberdade contra as camadas pobres da população se repetem pelo mundo afora em maior ou menor grau, algo que também vem à tona agora com as atrocidades dos soldados do Estado de “Israel” e sua brutalidade contra o povo palestino.

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