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São Paulo

Prefeito paulistano adere à definição farsesca de antissemitismo

"É antissemitismo negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminação, afirmando, por exemplo, que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista"

Na última terça (14), o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) assinou que a cidade adere à definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), tornando-se a segunda cidade do País a aderir à definição, sendo a primeira o Rio de Janeiro.

E qual é a definição? “É antissemitismo negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminação, afirmando, por exemplo, que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista”.

Em outras palavras, para a IHRA, pedir o fim do Estado de Israel é ser racista, assim como oficialmente para a administração da cidade de São Paulo e para o Rio de Janeiro, o que não pode ser de forma alguma aceito por seu povo, muito menos pelo restante do povo brasileiro.

Em face das crescentes mobilizações em defesa da Palestina em todo o mundo, a burguesia precisa conter essas mobilizações para salvar a pele de “Israel” e, por conseguinte, os interesses do imperialismo no Oriente Médio.

Contudo, como “Israel” vem cometendo um genocídio desenfreado em Gaza e ataques fascistas na Cisjordânia, o imperialismo precisa falsificar a realidade para criar uma propaganda para fomentar algum tipo de apoio popular, a fim de tentar barrar as manifestações populares em prol da Palestina.

Então, lançaram mão da carta do antissemitismo, dizendo que estão crescendo exponencialmente casos de ataques a judeus por todo o mundo. Ao relatar esses supostos casos de antissemitismo (ataques a judeus), falsificam a realidade e incluem em tais casos as manifestações em prol da Palestina. Assim, tentam criar uma histeria coletiva de que o antissemitismo teria voltado e estaria tomando conta do mundo, o que é uma tremenda falsificação da realidade.

A maior comprovação de que isto é uma falsificação da realidade é que, desde o dia 7 de outubro, em que a resistência armada palestina, liderada pelo Hamas, desatou sua ação revolucionária contra os sionistas, “Israel” assassinou mais de 15 mil palestinos. E nesse período, quantos judeus foram mortos por serem judeus? Não se sabe um único caso.

Então, onde está o tão falado antissemitismo que se espalha pelo mundo? Um cartaz aqui e acolá? O que é um cartaz comparado com bombas sendo jogadas diariamente nas cabeças de milhões de palestinos em poucas centenas de metros quadrados, no maior campo de concentração que a história já viu? Já são mais de 5 mil crianças mortas pelos judeus sionistas de “Israel”.

É muito cinismo e hipocrisia falar de antissemitismo em ascensão nesse momento.

Na realidade, há algo por detrás dessa luta contra o crescimento do antissemitismo, que é a tentativa de censurar e perseguir todos aqueles que lutam pelos palestinos e ao lado deles, pelo fim do Estado de “Israel” e dos sionistas nazistas. Afinal, a definição de antissemitismo da IHRA é bem clara.

O fato da prefeitura de São Paulo (e da do Rio de Janeiro) ter aderido a ela é uma declaração de intenções da burguesia brasileira e do imperialismo para o Brasil. E a declaração é: não tentem lutar contra o sionismo, pois vocês serão indiciados como racistas e serão presos. Até porque o tão democrático STF, de forma profundamente autoritária, já equiparou o antissemitismo a racismo. E racismo é crime inafiançável no Brasil.

O sionismo tenta aprofundar sua ofensiva no Brasil, o que torna fundamental que a esquerda e todas as organizações populares intensifiquem a mobilização em defesa da Palestina, o que deve incluir a defesa incondicional da resistência armada e de todas as organizações que travam essa luta, sem se deixarem intimidar por acusações de antissemitismo e terrorismo.

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