Ecoa ainda nos dias de hoje o provérbio O vivo vive do bobo e o bobo de seu trabalho. De resto, já ninguém diz, porque ninguém acreditaria, trabalha e prosperarás. (E.Galeano)
Depois da Segunda Guerra Mundial houve uma modificação nas formas que havia de imperialismo, passou-se de uma multiplicidade de polos imperialistas em permanente conflito por um imperialismo coletivo e relativamente unificado, que é o conjunto dos centros do sistema capitalista mundial, ou seja a Tríade Estados Unidos, Europa (ocidental e central), e o Japão, com a dominação destes pelos Estados Unidos, e cada fase dessa dominação é entendida levando em conta as relações entre esse imperialismo coletivo.
Uma parte da burguesia tenta criar uma nuvem de fumaça escondendo o poderio do imperialismo norte-americano na opressão das nações que tentam fazer suas revoluções necessárias ao desenvolvimento, na prática os Estados Unidos adotam várias ações pontuais em diversas regiões atacando as iniciativas dos povos de conseguir iniciar seu desenvolvimento, e usa as oportunidades mais vis para alcançar esse objetivo. O que é avalizado pelos monopólios de imprensa burguesa espalhados pelo mundo e centralizado na burguesia financeira americana.
As recentes ondas progressistas e direcionamento das massas à esquerda que foram possíveis graças à instabilidade e, mesmo, crise terminal, que está em andamento na dominação do imperialismo americano, que a crise que ocorre é porque os que estão em cima não conseguem dominar como antes. A crise atual na Ucrânia, sintoma da derrocada da dominação norte-americana, por exemplo, mostra essa análise como incontestável, embora o legado deixado pelo imperialismo nos seus protetorados e colônias ainda vai consumir algumas vidas até se extinguir.
O imperialismo estadunidense deixou várias ilhas de ditadores que estão espalhados e agrupando forças para contra-atacar qualquer fagulha de revolução, recentemente o investimento norte-americano se concentra nos Think Tanks formadores de “intelectuais” que são treinados para atacar lideranças políticas progressistas e partidos de esquerda. Os Estados Unidos, que hoje usam o identitarismo para tentar se apropriar “pacificamente” da Amazônia, na década de 1990, através de duas de suas empresas petroleiras, Shell (subsidiária americana da inglesa Royal Dutch Shell e Chevron), destruíram o delta do rio Níger, o que dá uma pista do que seria feito com a Amazônia.
O escritor Ken Saro-Wiwa, pertencente ao povo ogoni da Nigéria, denunciou:
Nos primeiros meses de 1995, o gerente geral da Shell na Nigéria, Naemeka Achebe, justificou assim seu apoio a uma ditadura militar ferrenha no país:
Alguns meses depois, a ditadura do regime sanguinário do general Sani Abacha que se instalou na Nigéria, apoiada pelo imperialismo americano, enforcou Ken–Saro-Wiwa. O general executava os cidadãos, em média 100 por ano, através de fuzilamento ou enforcamentos que viravam espetáculos públicos. O imperialismo americano fornecia, na época, armas aos militares e aos grupos étnicos que lutavam entre si. Algo parecido com o que fazem atualmente no Iêmen. O escritor e mais oito ogonis foram executados pelos militares apoiados pelo governo americano na região, e a sentença, culpados por lutar contra as empresas que aniquilaram suas aldeias e transformaram suas terras num vasto ermo. Vários outros ogonis foram assassinados pelo mesmo motivo. Praticamente 100% do petróleo produzido na Nigéria fica com as duas petroleiras americanas.
A morte de Ken–Saro-Wiwa rendeu um livro e algumas matérias distorcendo o motivo de sua morte e a destruição deixada pelas empresas americanas e inglesas e o comércio de armas americanas na região, porém o que é propagado hoje pelos Think Tanks americanos está bem longe do rastro de sangue deixado pelas intervenções americanas com sua geopolítica genocida nas regiões africanas e asiáticas. O que se ensina aos latino-americanos é como uma ode aos americanos, e sua defesa dos povos nativos, da democracia e a preservação do meio ambiente.
Há vários outros genocídios e destruição ambiental promovidos pelos Estados Unidos e sua tríade imperialista, uma verdadeira gangue de extermínio de gente e ambiente. O que resta à classe trabalhadora é se unir contra esse câncer mundial que é o imperialismo comandado pelos Estados Unidos. Não vão se intimidar com ramos de flores muito menos com discursos de amor. A classe trabalhadora unida é a única que tem força para destruir na base a força do imperialismo. As organizações de esquerda precisam enxergar além do que está sendo mostrado pelas instituições financiadas pelo imperialismo norte-americano.
O plano do imperialismo para a classe trabalhadora é a miséria e a desapropriação. O aumento do desemprego multiplica a delinquência e os salários achatados a estimulam. E o que faz a burguesia financeira americana? estimula e arma os rivais contra eles mesmos nas regiões onde ela aparece decretando a paz e a democracia.
O PCO chama com urgência a união de todas as frentes de trabalhadores, movimentos sindicais e sociais e todos os que defendem a independência do Brasil e se colocam contra a dominação imperialista a que unam forças contra o inimigo comum que se esconde atrás de bancos e instituições de promoção de cultura, de paz e tratados de defesa. Esse inimigo tem nome, o imperialismo norte-americano. O imperialismo se prepara com uma campanha para tomar a Amazônia do povo brasileiro. É urgente se levantar contra essa tentativa, chamamos a todos os setores anti-imperialistas que se unam com o PCO, Partido da Causa Operária, no mesmo propósito, destruir pela raiz essa tentativa de roubar parte do território brasileiro bem como dos países latinos que têm em seus territórios parte da região amazônica. E que todos os setores da esquerda que sejam submissos ao imperialismo americano que o deixem de ser ou sejam reconhecidos como inimigos da classe trabalhadora.