Um grupo de extrema direita está há quase 40 dias realizando uma vigília contra o aborto em frente do hospital Pérola Byington, um dos únicos a realizar o aborto legal de maneira gratuita (em caso de estupro, risco de morte da mãe e anencefalia do feto). O hospital fica localizado no centro da cidade de São Paulo e atende a muitas mulheres que realizam o procedimento.
O grupo de extrema direita fica assediando e intimidando mulheres e funcionários do hospital, e em um caso chegaram a agredir uma paciente que sofreu estupro e que estava no local. Chegando a vários integrantes da mobilização com características fascistas serem levados a delegacia para prestarem depoimentos. Como é de praxe, foram soltos e voltaram a vigília fascista para intimidar mais pacientes e funcionários.
A campanha era tão grotesca que um grupo de mulheres moradoras da região formaram um acampamento em defesa do direito das mulheres contra a extrema direita bem ao lado da vigília fascista.
No início desta semana, policiais tentaram retirar do local essa vigília formada por moradores locais em apoio as vítimas da violência e intimidação da extrema direita. Segundo os policiais, os manifestantes que defendiam as mulheres e seu direito de realizar os procedimentos não tinha autorização para ficar no local e deveriam desmontar seu acampamento. Já a vigília da extrema direita sequer foi incomodada pelos policiais, pois segundo os agentes de repressão “como assim eles são maus se são de Deus?”
Neste sábado ocorre um ato de fechamento dos 40 dias de oração e vigília pelo fim do aborto no local e recebeu o apoio da TFP (Tradição, Família e Propriedade), uma organização de extrema direita fascista e que está realizando um buzinaço no local.
A extrema direita está fazendo essas ações porque estão se sentindo a vontade com a situação política e não há nenhuma resposta da esquerda e da entidades feministas. A extrema-direita se apoia na paralisia dessas organizações e por isso criam um clima de intimidação e perseguição as mulheres e funcionários do hospital que realizam o procedimento de aborto.
As organizações de esquerda e os grupos feministas não devem aceitar essa situação e há a necessidade de mobilização das mulheres para combater essa ação fascista da direita. Não devem se curvar diante da ofensiva da extrema direita contra as mulheres, pois esse é o intuito desses grupos que são minoritários na população e se apoiam somente na burguesia.
É preciso reverter essa ofensiva e não deixar que haja nenhuma vigília que ataque qualquer direito fundamental das mulheres, em especial sobre as decisões em relação ao seu corpo.
Neste sábado convocar um grande ato contra a extrema direita e seus métodos de intimidação no hospital Pérola Byinton em defesa das mulheres e seu direito ao aborto.



