As eleições gerais de 2018 estão marcadas, indelevelmente, pelo signo da intervenção e da ingerência escandalosa e absurda da justiça e dos tribunais. Quase que não é possível fazer campanha, seja na rua, nos meios eletrônicos ou nas redes sociais, tamanha a interferência do judiciário golpista. O fator Lula neste pleito atual obrigou os juízes e os tribunais golpistas a mostrarem a verdadeira cara das eleições; ou seja, uma completa caricatura do que verdadeiramente deveria ser uma eleição legítima, transparente e democrática.
Em várias regiões os TRE’s estaduais se colocam como uma autêntica polícia eleitoral, perseguindo candidatos, partidos e programas eleitorais, desfigurando completamente a livre manifestação do eleitorado. As eleições de outubro já são as mais maculadas dos últimos tempos, expondo a enorme crise e a fratura existente no conjunto do regime político, agudizada pelo golpe de estado de 2016.
Em mais uma investida dos tribunais golpistas no pleito eleitoral, o TRE do estado da Bahia praticamente decretou uma intervenção na propaganda eleitoral da coligação liderada pelo Partido dos Trabalhadores, que leva adiante a campanha pela reeleição do governador Rui Costa. Acatando ação impetrada pela defesa do candidato a senador Irmão Lázaro (PSC), da coligação do opositor do petista ao governo, Zé Ronaldo (DEM), a juíza eleitoral Ana Conceição Barbuda Sanches determinou a censura ao programa veiculado pela coligação “Mais Trabalho Por Toda a Bahia”, onde são feitas críticas de natureza tão somente políticas ao candidato a senador Irmão Lázaro, o que se supõe ser um procedimento totalmente normal dentro de uma disputa eleitoral onde a crítica ao adversário deveria figurar como um aspecto corriqueiro, inclusive a veiculação de imagem do candidato criticado, como é o caso da propaganda onde a coligação encabeçada pelo PT mostra a imagem do candidato a senador, Irmão Lázaro (PSC).
A coligação que apóia a reeleição do atual governador petista, Rui Costa, veiculou no dia 15 de setembro, propaganda com o seguinte conteúdo: “Lázaro votou para tirar Dilma da presidência e colocou Temer no poder. Aumentando o desemprego e a pobreza. Ele está contra o presidente Lula. Ele está contra o governador Rui Costa. Esse é Lázaro. Um candidato assim não merece o seu voto para o Senado” (Bocao News, 18/09). O que há de errado ou ofensivo nisto? Nada, rigorosamente nada. A censura da juíza ao programa da coligação liderada pelo PT baiano é mais uma dentre as muitas outras arbitrariedades da justiça eleitoral golpista verificadas país afora contra a esquerda, em particular aquelas que se valem de críticas aos golpistas e ao regime de fome e miséria existente no país.
