Reino Unido

Inglaterra acusa rappers de terrorismo por apoio à Palestina

Grupo de rappers Kneecap criticou a medida: 'isso é repressão política. É um espetáculo de distração. Nós não somos a história. O genocídio é'

A policia britânica informou nesta quarta-feira (21) que um membro da banda de rap irlandesa Kneecap foi acusado de terrorismo por supostamente exibir uma bandeira de apoio ao grupo Hesbolá durante um show em novembro de 2024 em Londres, no O2 Forum em Kentish Town. A princípio, a denúncia teria sido feito pela guarda metropolitana.

Liam Óg Ó hAnnaidh, de 27 anos, também conhecido pelo nome artístico Mo Chara, deve comparecer ao Tribunal de Magistrados de Westminster na quarta-feira, 18 de junho. Ele foi acusado sob o nome de Liam O’Hanna. As investigações teriam começado no final do mês passado. Após a investigação, o Crown Prosecution Service autorizou a acusação contra Ó hAnnaidh.

No início deste mês (maio), a Polícia Metropolitana disse que estava revisando vídeos que circulavam online e que supostamente mostravam Kneecap pedindo a morte de parlamentares britânicos e gritando slogans como “para cima Hamas, para cima Hesbolá”.

O Kneecap ganhou força pela primeira vez por sua ampla solidariedade com Gaza e a Palestina durante sua apresentação no Coachella em abril. Após seu primeiro show no Coachella, Kneecap disse que o festival censurou suas mensagens pró-Palestina na transmissão ao vivo oficial.

Durante sua segunda apresentação no Coachella, em 18 de abril, o Kneecap liderou a multidão com gritos de “Palestina livre, livre” e exibiu mensagens de solidariedade nos telões. Entre elas, “Israel está cometendo genocídio contra o povo palestino”, “Isso está sendo permitido pelo governo dos EUA, que arma e financia Israel apesar de seus crimes de guerra” e “Foda-se Israel. Palestina livre”.

Após a acusação de um membro do grupo, a banda Kneecap se pronunciou em suas redes sociais. “Negamos essa ‘acusação’ e iremos nos defender veementemente,” anunciaram no Instagram, acrescentando ainda:

“Isso é repressão política. É um espetáculo de distração. Nós não somos a história. O genocídio é. Enquanto lucram com o genocídio, usam uma ‘lei antiterrorismo’ contra nós por exibir uma bandeira jogada no palco. Uma acusação que nem é séria o suficiente para ir à ‘crown court’ [tribunal criminal no Reino Unido que julga casos graves], e sim a um tribunal que nem sequer tem júri. Qual é o objetivo?

Restringir nossa capacidade de viajar. Impedir que falemos com jovens ao redor do mundo. Silenciar vozes de compaixão. Processar artistas que ousam se manifestar. Em vez de defender pessoas inocentes, ou os princípios do direito internacional que afirmam defender, os poderosos na Grã-Bretanha têm colaborado com o massacre e a fome em Gaza, assim como fizeram na Irlanda durante séculos. Ontem, como hoje, alegam ter justificativa.

Estamos orgulhosamente ao lado do povo. Vocês estão cúmplices dos criminosos de guerra. Nós estamos do lado certo da história. Vocês não. Vamos enfrentá-los no tribunal. Vamos vencer. Palestina livre.”

Apesar da perseguição política, a repressão do governo britânico, cancelamentos de show organizados por grandes empresas ligadas ao sionismo ou que são cúmplices do extermínio da população na Faixa de Gaza, o Kneecap tem ganhado milhares de seguidores e apoiadores em todo mundo especialmente entre a juventude.

Em resposta às críticas, Kneecap sustentou que suas palavras não eram agressivas, especialmente quando comparadas ao genocídio em curso em Gaza. “Declarações não são agressivas, mas assassinar 20.000 crianças é”, disse o grupo à BBC News Northern Ireland .

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