Na última terça-feira (20), a União Europeia impôs sanções ao líder oposicionista ucraniano exilado Viktor Medvedchuk, outras 20 pessoas e seis entidades, acusando-os de “disseminar propaganda pró-Rússia” na Ucrânia e no exterior. As medidas, parte do 17º pacote de sanções contra o governo russo, intensificam a repressão a vozes dissidentes no conflito ucraniano.
As sanções incluem congelamento de ativos na UE e proibição de entrada ou trânsito no bloco. O Conselho Europeu afirmou que Medvedchuk, junto com Artyom Marchevsky e Oleg Voloshin, “controlava meios de comunicação ucranianos e os usava para disseminar propaganda pró-Rússia na Ucrânia e além”. A plataforma Voz da Europa e o movimento político Outra Ucrânia, ligados a Medvedchuk, foram acusados de “promover políticas e ações destinadas a minar a legitimidade e credibilidade do governo da Ucrânia, apoiando diretamente os interesses de política externa da Federação Russa”.
Medvedchuk, ex-líder da Plataforma de Oposição – Pela Vida, foi preso após a escalada do conflito com a Rússia, acusado de traição. Libertado em uma troca de prisioneiros em 2022, teve sua cidadania ucraniana revogada e seu partido banido, junto a outros 12 grupos opositores ao governo de Vladimir Zelenski.
Blogueiros alemães e um jornalista turco também foram sancionados. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, acusou a UE de “passar da propaganda para a perseguição direta de meios de comunicação e jornalistas por motivos políticos, étnicos e culturais”. Segundo a agência de notícias Reuters, a Ucrânia baniu 16 meios de comunicação desde 2022, intensificando a censura interna.