Neste sábado (4), protestos eclodiram na capital da Geórgia, Tbilisi, após o encerramento das urnas nas eleições locais do país. Multidões invadiram os terrenos do palácio presidencial, entrando em confronto com a polícia, que usou spray de pimenta e canhões de água para repeli-los.
As primeiras projeções dos resultados das eleições indicam que o partido no poder, Sonho Georgiano, manteve uma vitória ampla em todo o país. As urnas foram parcialmente boicotadas pela oposição, que anteriormente havia prometido realizar uma “revolução pacífica”, embora seus apoiadores tenham se concentrado na rua principal da capital desde o início da tarde.
A votação ocorre após quase um ano de protestos ininterruptos que eclodiram em resposta à decisão do Sonho Georgiano de suspender o processo de candidatura do país à União Europeia pelos próximos quatro anos, após vencer a última eleição parlamentar.
“A abertura das negociações está sendo usada agora como uma ferramenta para chantagear nosso país e dividir nossa sociedade, assim como o status de candidato [da União Europeia] foi usado anteriormente”, disse Kobakhidze.
Os manifestantes bloquearam completamente o trânsito na Avenida Melikishvili e levantaram faixas com a frase “quando a injustiça se torna lei, a resistência se torna dever!”, além de bandeiras nacionais da Geórgia.
Os manifestantes acusam o governo, incluindo Kobakhidze e o fundador do Sonho Georgiano, Bidzina Ivanishvili, de ter laços estreitos com a Rússia. O Sonho Georgiano, tendo assegurado uma forte maioria na eleição parlamentar de outubro passado, acusou repetidamente potências imperialistas de se intrometerem sob o pretexto de promover a “democracia”.
As autoridades disseram que os métodos que estão sendo utilizados na Geórgia se assemelham aos que foram usados antes do golpe do Euromaidan de 2014 na Ucrânia, por uma percebida recusa do governo em adotar uma postura mais agressiva em relação à Rússia. O governo russo, que negou qualquer envolvimento nos assuntos internos da Geórgia, também traçou um paralelo entre os eventos em curso e o golpe ucraniano de 2014, no qual milícias de extrema direita assassinaram mais de 70 manifestantes e policiais.





