O escritório de imprensa do Gabinete de Imprensa do Governo na Faixa de Gaza, na Palestina, informou sobre o maior desastre humanitário e de destruição na história moderna. O órgão relata milhões de toneladas de escombros, podendo chegar a 65 ou 70 milhões de toneladas, e milhares de munições, com a estimativa de 20.000 artefatos não detonados, resultantes da guerra de “Israel” na região. O órgão do governo confirmou que a escalada de destruição e escombros, resultante da guerra genocida realizada pela ocupação israelense, atingiu níveis sem precedentes na história moderna, em seus dois anos de ocupação e invasão.
O gabinete avaliou que esses escombros incluem milhares de residências e outras instalações vitais que foram destruídas deliberadamente pela ocupação, indicando que isso transformou a Faixa de Gaza em uma zona de desastre ambiental e estrutural. A situação dificulta a entrega de ajuda humanitária e obstrui os esforços de resgate e socorro.
Ressaltou que as operações de remoção de escombros enfrentarão obstáculos significativos, principalmente pela falta de equipamentos e maquinário pesado, devido à proibição de entrada imposta pela ocupação e ao fechamento completo das passagens, além da proibição deliberada de “Israel” à entrada de qualquer equipamento ou material necessário para recuperar os corpos.
Acrescentou que essa trágica realidade exige que a comunidade internacional assuma suas responsabilidades legais e humanitárias, pressionando a ocupação israelense a abrir as passagens e permitir a remoção imediata dos escombros e detritos dos edifícios destruídos pela máquina de guerra israelense.
Diante disso, o escritório declarou:
“Estamos enfrentando um desafio importante relacionado à formulação de um plano abrangente para o gerenciamento de escombros, incluindo a identificação de áreas de acúmulo, o tratamento de resíduos perigosos e o desenvolvimento de uma visão para reciclagem e armazenamento temporário para garantir o retorno seguro e eficiente da vida à Faixa de Gaza após o grande desastre humanitário que a atingiu”.
Essa declaração foi anunciada dias depois de um acordo entre “Israel” e o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, para implementar a primeira fase da proposta de um cessar-fogo entre o governo americano e “Israel”. O acordo também prevê a liberação dos prisioneiros dos ataques do dia 7 de outubro, em troca da libertação de aproximadamente 2 mil palestinos presos em “Israel” e da entrega de dezenas de corpos de palestinos mortos pelas tropas de ocupação israelense.
As autoridades estimam o número de mortos sob os escombros pela ofensiva de “Israel” em mais de 67.900 vítimas, mas acredita-se que o número real possa ser maior devido aos problemas no trajeto. As ambulâncias e a Defesa Civil não conseguem chegar até as vítimas, mesmo aquelas que estão caídas nas ruas, devido aos problemas estruturais e aos resíduos tóxicos.
O Ministério da Saúde de Gaza anunciou em um comunicado que os corpos dos “mártires” foram entregues nas últimas horas, elevando o total de corpos entregues por “Israel” para 120. As autoridades israelenses entregaram nesta quinta-feira (16) os corpos de outros 30 palestinos mortos durante a ofensiva que mantiveram na região. Quatro corpos já foram identificados e suas famílias notificadas.
As equipes médicas continuam a lidar com os corpos de acordo com os procedimentos e protocolos médicos, realizando os exames para a documentação e sua entrega às famílias, inclusive com sinais de tortura e espancamentos, com alguns casos em que foram algemados ou vendados.
O Hamas afirmou que já devolveu os corpos dos prisioneiros mortos que estiveram em seu domínio, alertando que a recuperação dos demais exige uma equipe especializada para resgatá-los dos escombros.




