Os quatro candidatos à presidência do PT enviaram uma moção ao presidente Lula, pedindo que o Brasil suspenda as relações diplomáticas e comerciais com “Israel” em resposta aos ataques na Faixa de Gaza.
Proposto por Rui Falcão, o texto é apoiado pelos candidatos Edinho Silva, Romênio Pereira e Valter Pomar, que competem na eleição interna do partido no dia 6 de julho.
“Não é possível ignorar as mortes de crianças em Gaza causadas pelos bombardeios de ‘Israel’ por 20 meses e, agora, pela fome e doenças decorrentes do bloqueio israelense. Um terço dos 55 mil palestinos mortos em Gaza e na Cisjordânia são crianças”, destaca um trecho.
A moção relembra que, apesar de Lula ter classificado a situação na região como um genocídio premeditado em junho, “as Forças Armadas brasileiras continuam comprando do complexo industrial-militar de ‘Israel’, um Estado beligerante, como se isso fosse normal”.
O texto menciona que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, enfrenta acusações de crimes de guerra, inclusive por ex-embaixadores e ex-ministros israelenses, e cita a apreensão recente de uma embarcação tentando enviar ajuda humanitária à Gaza.
Os candidatos a presidência do PT expressam solidariedade a Thiago Ávila, único brasileiro a bordo do barco, sequestrado e torturado por “Israel”. Eles apontam que o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), que inclui representantes do governo federal e da sociedade civil, já havia notificado o Itamaraty pedindo a suspensão das relações diplomáticas com o governo de Netaniahu.
Essa notificação pedia que o governo Lula revisasse os acordos comerciais com “Israel”, especialmente a compra de armamentos.
A campanha pelo rompimento de relações com “Israel” é uma oportunidade para maior envolvimento dos integrantes do PT e para uma mobilização efetiva da população.
Mas, se a campanha pelo rompimento com o regime sionista começa a ganhar expressão entre setores do PT, trata-se de um reflexo do fortalecimento de um movimento político mais amplo, que se intensifica em todo o País desde que o presidente Lula, corretamente, qualificou como genocídio a ação criminosa de “Israel” contra o povo palestino.
Uma das organizações que mais se destacou nessa campanha, o Partido da Causa Operária vem atuando de maneira firme e ininterrupta na mobilização pela solidariedade ao povo palestino. A denúncia do genocídio e a exigência do rompimento das relações diplomáticas e comerciais com o regime sionista tornaram-se eixos centrais da política do partido, que tem promovido, em todo o território nacional, uma campanha permanente em defesa da Resistência Palestina.
O PCO foi a primeira organização política ocidental a se reunir oficialmente com a direção do Hamas em Doha, no Catar, reforçando a posição de que a solidariedade com a Palestina passa, necessariamente, pelo apoio à sua luta armada contra o sionismo. As experiências colhidas nesse encontro histórico foram registradas na obra O Hamas conta seu lado da história.
Desde outubro de 2023, o partido organizou dezenas de atos públicos, debates, panfletagens e colagens, com destaque para a mobilização de 30 de junho de 2024, em São Paulo, que reuniu milhares de pessoas sob as palavras de ordem em defesa da Palestina e pelo rompimento imediato das relações com o Estado sionista. Milhões de materiais gráficos — panfletos, cartazes, adesivos, faixas, camisetas — foram produzidos e distribuídos em todo o Brasil. As redes sociais da militância estão repletas de registros dessas ações, que expressam o desenvolvimento de uma mobilização real, constante e enraizada.
Esse processo, somado à crescente indignação da população diante dos crimes do sionismo, contribui para que a campanha pelo rompimento das relações com “Israel” vá ganhando corpo. A moção de setores do PT é uma consequência disso. A tendência é que esse movimento se amplifique, integrando forças distintas da esquerda e da população brasileira em torno de uma exigência que ganha legitimidade dia após dia: o Brasil deve romper imediatamente com o regime sionista e colocar-se ao lado do povo palestino em sua luta por libertação nacional.