Cresce a campanha

Brasil não pode continuar abastecendo genocídio na Palestina

Lula recebe carta com 12 mil assinaturas e entidades dos petroleiros reivindicam que Brasil deixe de fornecer combustível para a máquina de matar crianças e mulheres de “Israel"

Diante da enorme pressão em todo o mundo contra as ações criminosas do governo sionista de Netaniahu, incluindo o fuzilamento de dezenas de palestinos famintos em filas para conseguir alento, nos últimos dias – que se somam aos mais de 60 mil mortos (quase 20 mil crianças e 15 mil mulheres) – , o presidente Lula e outros membros do governo intensificaram seus pronunciamentos contra o governo de “Israel” nas últimas semanas.

Apesar dos pronunciamentos corretos, o governo não adota nenhuma medida material que possa servir para pressionar de forma concreta o governo sionista. Uma das demonstrações dessa situação é o fato de que nosso país continua exportando petróleo bruto para “Israel” produzir o combustível que alimenta parte da máquina de guerra, de genocídio contra o povo palestino.

De acordo com pesquisa divulgada no ano passado pela ONG Oil Change International, o Brasil fornece cerca de 9% do total de petróleo bruto consumido por “Israel”. Ou seja, enquanto se pronuncia em palavras, o governo brasileiro autoriza a exportação de combustível usado por tanques e aviões que seguem massacrando civis palestinos.

Não adianta fazer discursos criticando o nazismo do governo Netaniahu, se o governo permite que o petróleo seja usado para matar crianças e mulheres em Gaza; fuzilar famintos etc.

Petroleiros protestam

Diante dessa situação, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), filiada à CUT e que reúne os principais sindicatos da categoria, juntamente com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), enviaram – no final de maio – uma carta ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do governo solicitando um embargo energético a “Israel”, por conta do genocídio que está perpetrando contra o povo palestino na Faixa de Gaza.

Primeira página do documento direcionado ao presidente e ministros

Na carta, as entidades dos petroleiros afirmam que: “é essencial que o Brasil adote medidas práticas mais eficazes e robustas em conformidade com as obrigações internacionais emanadas das decisões da Corte Internacional de Justiça e da Assembleia Geral das Nações Unidas, considerando os acordos militares ainda vigentes do Brasil com Israel”. Nesse sentido, solicitam “um embargo global total urgente de energia e armas para frear o genocídio, e desmantelar o apartheid e a ocupação ilegal por Israel”. As federações exigem a responsabilização por crimes de guerra e a imposição de sanções “não apenas como um dever moral, mas também como responsabilidade legal de todos os Estados” e pedem que sejam respeitados os pareceres da Corte Internacional de Justiça “impondo um embargo energético interrompendo a exportação de petróleo para Israel, e a paralisação imediata de projetos com empresas de energia israelenses”.

A iniciativa das entidades de um dos setores mais importantes da classe operária brasileira em favor de uma medida que vai em direção a uma ruptura das relações comerciais do Brasil com  o regime genocida é uma posição importante, que mostra o amadurecimento da posição contra o genocídio em toda a classe trabalhadora brasileira, tal como acontece em todo o Mundo. Em diversos países, inclusive, já foram realizadas greves para impedir o embarque e envio de armas e outros produtos para “Israel”.

Repúdio crescente

A manifestação da FUP e FNP se soma a diversas outras manifestações tais como à Carta ao presidente Lula com mais de 12 mil assinaturas que denuncia que “o Brasil segue exportando petróleo e negociando compra e venda de equipamentos militares com o Estado israelense” e pede que o Brasil rompa relações diplomáticas e comerciais com o regime sionista de “Israel”.

O documento foi entregue em mãos ao presidente na última sexta-feira (6/6), durante sua visita oficial à França. O texto reconhece o posicionamento de Lula em favor do povo palestino, mas destaca a necessidade de ações mais efetivas, como o rompimento imediato das relações diplomáticas e comerciais com Israel.

Assinam a carta entidades como a CUT, o IBRASPAL (Instituto Brasil Palestina), a UNE, o MST, a FEPAL, o PCO (Partido da Causa Operária),  parlamentares de todos os partidos da esquerda e outros, além de diversas personalidades como Chico Buarque, Ney Matogrosso, Letícia Sabatella, Milton Hatoum e Gregório Duvivier; os juristas Carol Proner e Paulo Sérgio Pinheiro; o ex-ministro Guilherme Estrella, o jornalista Breno Altman e o filósofo Vladimir Safatle.

A carta defende entre outras coisas que “a aplicação de sanções de direito internacional é o mecanismo adequado e essencial” contra as consecutivas violações do direito internacional por “Israel”. E assinala que “sem embargo, o Brasil segue exportando petróleo e negociando compra e venda de equipamentos militares com o Estado israelense e suas empresas”.  Declara que “é indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense, rompendo relações diplomáticas e comerciais com o estado sionista de Israel, através de embargo militar bilateral e embargo energético, e revogue o tratado de livre comércio em vigor”.

Campanha

É preciso ampliar em todo o País a campanha que os Comitês de Luta e o PCO vem realizando nas ruas em favor da ruptura de relações do governo Lula com o regime sionista.

Estão sendo colados dezenas de milhares de cartazes e distribuídos centenas de milhares de panfletos. É preciso apoiar e impulsionar todas as iniciativas nesse sentido, como o posicionamento dos petroleiros.

Também no último 6, o maior sindicato do País, a APEOESP (professores do estado de SP) aprovou em seu Conselho de Representantes e na Assembleia da categoria, moção em favor dessa ruptura.

Esse debate precisa ser feito em todas as organizações dos trabalhadores e da juventude e as entidades de luta dos explorados da cidade e do campo devem não apenas se posicionar como apoiar a mobilização em defesa do povo palestino e da sua luta.

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