Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Partido da Causa Operária

‘Se nosso inimigo quer nos silenciar, estamos no caminho certo’

Leia declaração da Secretaria Internacional do PCO ao III Congresso do Partido dos Comunistas dos Estados Unidos (PCUSA)

Em sua edição nº 7435, este Diário publicou uma entrevista com Fábio Picchi sobre sua participação, enquanto representante do Partido da Causa Operária (PCO), no Congresso do Partido dos Comunistas dos Estados Unidos (PCUSA).

PCO nos EUA: unidade contra o imperialismo

Na ocasião, Picchi, militante do Partido em São Paulo, leu uma declaração assinada pela Secretaria Internacional do Partido da Causa Operária e, além disso, fez uma colocação política, explicando aos presentes qual o posicionamento do PCO sobre assuntos como a guerra na Ucrânia e a atual fase do conflito na Palestina.

Neste artigo, você confere, primeiramente, o documento assinado pela secretaria do PCO. Logo depois, publicamos a transcrição da fala de Picchi no congresso. Confira:

Declaração do PCO ao III Congresso do Partido dos Comunistas dos Estados Unidos

O Partido da Causa Operária escreve esta carta para saudar o III Congresso do PCUSA, a ser realizado no dia 5 de abril deste ano. Também gostaríamos de saudá-los pelo décimo aniversário de seu partido.

O ano de 2024 começa com uma das maiores crises da história do imperialismo. Além do debacle ucraniano, uma grande derrota para os belicistas da OTAN, a resistência palestina luta corajosamente contra os invasores sionistas após o que provavelmente foi sua maior ofensiva contra o estado ilegítimo de Israel em 7 de outubro. Isso abriu uma nova crise no Oriente Médio, e em ano eleitoral, os Estados Unidos travam duas guerras perdidas, tanto no campo de batalha quanto no discurso público. Estas são as condições perfeitas para o crescimento da política revolucionária e dos partidos revolucionários.

Nossas organizações cruzaram caminhos em 2023 devido à nossa análise correta da situação internacional, principalmente em nosso forte apoio à Rússia e defesa contra a agressão da OTAN. Em outubro, no calor dos eventos na Palestina, participamos juntos da Conferência Internacional pela Paz em Roma, em mais um passo bem-sucedido em nossa luta conjunta contra o imperialismo.

Entendemos que essa luta não virá sem consequências. A censura e a perseguição crescem a cada dia, e nos solidarizamos com o PCUSA e seus membros contra aqueles que difamam e tentam silenciá-los. Também enfrentamos nossa parcela de difamação e censura no Brasil, e não poderíamos ser mais simpáticos às adversidades que vocês enfrentaram nos últimos anos. Se nosso inimigo quer nos silenciar, é uma clara indicação de que estamos no caminho certo, de que o que falamos é verdade.

Nossas organizações são pequenas, mas no cenário atual, a tendência ao crescimento é clara. Acreditamos firmemente que seu Congresso irá cimentar seu crescimento e conquistas, tanto nacional quanto internacionalmente. Esperamos que nossa participação possa ser um sinal desse crescimento, e que seu partido esteja longe de estar sozinho em sua luta.

A Secretaria Internacional do Partido da Causa Operária.

Declaração de Fábio Picchi ao III Congresso do Partido dos Comunistas dos Estados Unidos

Quero agradecer ao Partido Comunista dos Estados Unidos pelo gentil convite para participar de seu Congresso. Gostaria de começar com uma breve avaliação sobre a atual crise capitalista.

Estamos enfrentando não apenas a maior crise de nossas vidas, mas da história do capitalismo. Há uma revolução acontecendo na Palestina. O que vemos, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, não é apenas a ação de guerrilheiros. É a luta armada do povo palestino por sua libertação, para expulsar a ocupação sionista. Os guerrilheiros, as Brigadas al-Qassam e outros lideram a luta. Mas todos os dias ouvimos notícias de rebeliões espontâneas, pequenos grupos de palestinos armados atacando os ocupantes.

A determinação do povo palestino diante do genocídio, seu espírito inquebrantável mostra que, subjetivamente, estão prontos para a revolução nacional. E 7 de outubro foi o início desse processo. Nosso partido teve, recentemente, a oportunidade de se reunir com a liderança do Hamas em Doha, e sua mensagem mostra como o equilíbrio mudou na Palestina.

Em uma entrevista concedida à nossa delegação, o Dr. Basem Naim, ex-ministro da Saúde em Gaza que atualmente lidera as elações Exteriores do Hamas, explicou essa mudança e cito: “os palestinos deram à comunidade internacional, aos norte-americanos e aos israelenses uma chance de chegar a acordos para esse conflito. Perdemos 78% de nossa terra histórica para chegar a este processo de paz”, referindo-se a Oslo. E continua: “estudamos a história de muitos povos ao redor do mundo que alcançaram seus objetivos nacionais no Vietnã, Argélia, África do Sul e em diferentes áreas. Este é o único caminho para alcançar objetivos nacionais. Não podemos continuar vivendo sob essas condições desumanas e temos certeza de que alcançaremos nossos objetivos. E esta é a natureza das coisas”.

Agora, sobre as condições objetivas da revolução palestina. Israel está entrando em colapso tanto pela pressão interna quanto externa. Centenas de milhares de colonos deixaram o país, e o governo enfrenta protestos semanais e é incapaz de exibir qualquer conquista militar. Apenas a morte de milhares de crianças, mulheres e idosos indefesos.

Israel não é outra Ucrânia, como alguns comentaristas políticos nos levam a acreditar. Israel é um projeto imperialista de extrema importância para controlar a região mais rica em petróleo do planeta. Não pode ser simplesmente abandonado, e o governo sionista sabe disso. É por isso que eles pressionam tanto por envolvimento imperialista direto na guerra, atacando o Líbano e as instalações iranianas na Síria. No entanto, não estamos mais nos anos 90 e 2000. As potências imperialistas enfrentam uma crise enorme. Mais do que nunca, seu domínio sobre o mundo, o domínio dos monopólios sobre os mercados internacionais é questionado militarmente.

Primeiramente, as tropas norte-americanas foram vergonhosamente expulsas do país mais pobre do mundo, o Afeganistão, por uma insurreição liderada pelo Talibã. Então, a Rússia, ameaçada pela expansão da OTAN, deu uma resposta resoluta na Ucrânia, e uma vitória é apenas uma questão de tempo. Finalmente, temos a situação palestina. Até mesmo o governo iemenita, Ansar Alá, é capaz de ameaçar o controle imperialista do Mar Vermelho, expondo a fragilidade do poder militar. Isso reflete a debilidade econômica das potências imperialistas.

Estamos enfrentando tempos revolucionários, e outro sintoma disso é a luta da elite dominante contra os direitos democráticos mais elementares, como a liberdade de expressão. Isso não é um sinal de poder, mas de fraqueza. Corremos o risco de enfrentar uma guerra de proporções globais e o uso de armas nucleares. Como Israel não está devolvendo nenhuma terra aos palestinos, os grandes monopólios, os barões financeiros, não desistirão, simplesmente, de seu domínio.

Como marxistas, não acreditamos no mundo multipolar. O que surgirá da crise não será o renascimento do capitalismo competitivo do século XIX. Será o socialismo. Governos nacionalistas, como o do Irã, China e Rússia, só são capazes de enfrentar a ameaça imperialista contando com o apoio de seu povo. E essa dependência não leva a um governo burguês nacionalista. Se bem-sucedido em sua luta, o povo desses países não devolverá, simplesmente, o poder à classe burguesa nacional, avançará em direção a um governo dos trabalhadores, em direção ao socialismo.

Mesmo que vejamos o cenário atual com otimismo, não devemos contar com as chances do nosso adversário. Na América Latina, estamos enfrentando inúmeros golpes e governos repressivos, como pode ser visto no Equador – onde prenderam ontem um político na embaixada mexicana -, El Salvador e, mais recentemente, na Argentina. Na Bolívia, Evo Morales foi proibido de concorrer à presidência pelo governo supostamente de esquerda. Na Colômbia, Petro é ameaçado por um golpe. E no Brasil, o governo do Partido dos Trabalhadores está tão na defensiva que mal parece um governo de esquerda nacionalista.

Aqui nos Estados Unidos, onde a burguesia mais poderosa reprime com mão de ferro qualquer tentativa de organização da classe trabalhadora, estamos prestes a enfrentar mais uma eleição presidencial sem candidatos da classe trabalhadora viáveis. Mas isso também não significa que devemos abraçar o pessimismo. Isso significa que temos muito trabalho pela frente. E, felizmente para nós, o terreno para a política revolucionária é muito fértil novamente. Eu estar aqui no Congresso, vindo do Brasil, a plataforma Mundial Anti-Imperialista, são todos sinais positivos.

Li que o Partido dos Comunistas dos Estados Unidos está crescendo rapidamente e estou feliz em dizer que nosso partido, o Partido da Causa Operária, também está enfrentando um crescimento sem precedentes. O principal desafio para nós é um bom desafio, é como lidar com esse crescimento inevitável. E a solução é simples: organizar, organizar e organizar.

Obrigado.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.