Nesta semana, o guitarrista Robert Fripp fez aniversário. Mais exatamente, no dia 16 de maio. Completando 78 anos de idade, esse vovozinho do rock progressivo, o qual já tive a chance de ver tocar ao vivo duas vezes, foi uma das maiores influências em minha vida. A sua música é algo totalmente inacreditável, indo desde a beleza lírica de “In the court of the Crimson King“, até coisas mais pesadas como “Red” ou “Level Five“. Ia desde a organização total e absoluta de “Discipline“, até o caso e a improvisação de “The Fright Watch“.
No período musicalmente mais rico de sua banda, King Crimson, suas apresentações eram encaradas com a seriedade que se encarava concertos de música contemporânea, foram incorporados à sua sonoridade elementos da vanguarda musical, não de uma forma que parecia emular ou transportar os elementos dessa música de concerto para o rock, mas como desenvolvimento das próprias possibilidades do gênero.
Conhecer a obra desse mestre da música popular é uma experiência de vida. Fora do King Crimson, ele colaborou com diversos outros artistas, como Brian Eno e David Bowie, mas meu preferido são seus dois álbuns com o guitarrista do Police, Andy Summers. Fripp também ficou conhecido por desenvolver uma técnica musical que ele chamou de Frippertronics, ainda nos anos 70. Implicava em tocar a guitarra através de diversos equipamentos que poderiam fazer a nota perdurar por muito tempo, repetir diversas vezes, o que gerou uma espécie de música eletrônica meditativa, a qual veio a ser uma de suas outras marcas registradas.
Ao longo do tempo, com a evolução da tecnologia, ele desenvolveu melhor essa técnica, fazendo a guitarra dele soar de forma que o instrumento original fica quase impossível de identificar. Um exemplo é sua série “Music for quiet moments“, a qual ele gravou e lançou durante a pandemia de Covid-19.
Sua abordagem com relação à música é a de sempre procurar inovar. Nos anos 80, já tendo se consagrado como um dos mestres inquestionáveis em seu instrumento, ele resolveu criar um novo “desafio” para si mesmo, reafinando toda a sua guitarra em um novo sistema, e tendo que reaprender tudo que ele tinha composto até o momento nessa nova configuração. Seu grupo de estudos de guitarra, a League of Crafty Guitarists, aprende a guitarra apenas utilizando esse novo sistema. Ele afirma que é uma forma de fazer com que todos os estudantes que cheguem para ele estejam começando do zero.
Fica aqui uma pequena contribuição para quem não conhece a história desse incrível artista pelo qual tenho tanto apreço. Fica como uma pequena contribuição minha ao seu legado nessa semana em que ele faz anos. Se te interessou, vá atrás de conhecer sua extensa e diversa obra.