A imprensa local palestina da Cisjordânia ocupada informou, no último domingo (4), que forcas especiais israelenses destacadas para a invasão de campos de refugiados executaram uma operação no campo de refugiados de Balata, a leste de Nablus, e enfrentaram uma ampla reação de refugiados palestinos.
A imprensa local destacou que, no momento da invasão, soldados da unidade “mustaribin” rapidamente se espalharam pelo local e se posicionaram em telhados, esquinas, fecharam vielas e becos. O destacamento militar, chamado de “mustaribin”, é composto por militares israelenses com aparência árabe que andam à paisana, a fim de não chamar a atenção e surpreender os palestinos vítimas de suas ações.
O destacamento, então, iniciou as operações, detendo jovens palestinos. Quando começaram as detenções, tropas adicionais foram enviadas acompanhadas por cães e uma retroescavadeira, avançando a partir de um posto de controle a sudeste de Nablu. Nesse momento, uma criança de 4 anos foi ferida por cachorros da Força de Ocupação Israelense.
Simultaneamente a isso, a Resistência Palestina se confrontava com as Forças de Ocupação Israelense, que usou força letal contra jovens que atiravam pedras em seus agressores. Dois jovens foram feridos por projéteis e estilhaços na luta para repelir as forças invasoras.
No sábado, a força militar israelense invadiu diversas áreas palestinas, incluindo o acampamento de Dheisheh em Beit Lahm e as aldeias de Beit Tamar e al-Arouj, vandalizando casas e detendo vários palestinos. Houve confrontos violentos em Balata, em Nablus, onde a Resistência Palestina atacou as forças israelenses com dispositivos explosivos. Tubas, no norte da Cisjordânia, também foi invadida, com tropas posicionadas em bairros e atiradores de elite nos telhados, resultando em confrontos intensos com o uso de munição real e granadas de atordoamento.
As incursões na Cisjordânia, que têm sido mais agressivas desde 7 de outubro, estão sendo confrontadas pelos palestinos locais, que se mobilizaram e se juntaram cada vez mais às fileiras das facções da Resistência nas cidades, campos e bairros. Cada vez mais, brigadas são formadas em bairros por toda a Cisjordânia e Gaza, de maneira voluntária, e integrando também grupos da Resistência Armada Palestina, como o Hamas e suas Brigadas Al-Qassam.
Desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, a Cisjordânia testemunhou um aumento intenso nas agressões israelenses, com ataques sendo realizados diariamente e, em alguns casos, durando vários dias consecutivos, visando uma área específica. As incursões incluíram a prisão de pelo menos 6.500 palestinos e o assassinato de mais de 500, incluindo assassinatos direcionados de combatentes e líderes da Resistência.
Na sexta-feira, dia 2, a imprensa palestina relatou que dois jovens palestinos da cidade de Ya’bad foram hospitalizados em Jenin devido a agressões graves pelos militares israelenses durante sua detenção. Enquanto isso, os grupos de Resistência Palestina continuam a enfrentar as incursões de “Israel’ com intensidade, levando “Tel Aviv” a temer uma terceira Intifada e a aumentar o número de soldados conduzindo as agressões. O uso de dispositivos explosivos improvisados pela Resistência, especialmente contra os bulldozers israelenses, também preocupa “Israel”, que vê a Resistência empregando novas estratégias para repelir os ataques.
Este movimento foi o marco do primeiro recuo das forças israelenses de regiões centrais de Gaza, abrangendo campos de refugiados como al-Maghazi e al-Bureij, em decorrência da resposta popular à ocupação, tornando insustentável a incursão terrestre. Adicionalmente, as tropas israelenses também se retiraram da Rua al-Rashid, na parte ocidental da Faixa de Gaza, e das cidades de Beit Lahia, Jabalia e Beit Hanoun, ao norte da Faixa. O portal Al Mayadeen destaca que os tanques israelenses diminuíram sua presença nos eixos de confronto no norte e noroeste de Gaza, permitindo que os residentes retornem às suas casas em áreas como al-Sudaniya e al-Saftawi após a retirada das forças israelenses.
As forças de ocupação israelenses foram compelidas a uma retirada em várias frentes de batalha, conforme relatado pelos correspondentes do jornal libanês Al Mayadeen. Essa retirada inclui áreas como al-Zawaida, al-Nuseirat, al-Karama, al-Tawam e as Torres de Inteligência, localizadas a noroeste de Gaza.