Terminava a semana passada e todos os diários esportivos brasileiros diziam que o Brasil não era mais o favorito, ao jogar contra a Inglaterra. Jornalistas da mesma estirpe dos que diziam “agora a seleção é um time de meio de tabela”. Os mesmos, na verdade. E esses, por sua vez, diziam também “a Inglaterra é, hoje, a segunda melhor seleção do mundo, atrás somente da França”. Um conjunto de chavões anti-Brasil que nada trazem de novo, que, pasmem, podem ser lidos nos jornais do pós 1982.
O Brasil de Dorival Júnior, ainda que não seja encantador, já mostra que o ano de 2023 é produto, acima de tudo, da desorganização da CBF e sua incapacidade de dar comando à seleção, transformando-a numa barriga de aluguel para as aspirações futuras de Carlo Ancelotti, mantendo como interino um treinador pouco afeito a trabalhos de curto prazo. O resultado desastroso pouco teve a ver com os jogadores brasileiros ou com os treinadores nacionais, mas sim com a falta de planejamento.
Sobre treinadores, importante frisar que Dorival Júnior, que sequer é unanimidade como melhor treinador do País, bateu por 1 x 0 o time do incensado Gareth Southgate, segundo a imprensa “o grande responsável por uma renovação sem precedentes no ‘english team’ (como adoram usar essa expressão!), que colocou o país de volta entre os favoritos”. Aí ainda emendam com “football is coming home” e outras baboseiras que os ingleses exportam pro mundo.
Eles creem que o futebol nasceu na Inglaterra, no século XIX, mas, na verdade, o que existia era um festival de bicancas no meio da lama, com todo mundo acotovelando todo mundo e atacante correndo agarrado pelo defensor, até escorregar, cair de bunda no chão, mas conseguir dar um passe pro outro botar pra dentro. Aquilo não encantaria ninguém. O futebol, tal como o conhecemos, que atraiu a TV e apaixonou os quatro cantos do mundo, foi fundado pelo Brasil, entre 1938, com Domingos da Guia e Leônidas da Silva, e 1958, com Pelé e Garrincha.