Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Francisco Weiss

Militante do PCO em São Paulo. Juntou-se ao partido em 2018, em meio à campanha da luta contra o golpe e pelo “Fora Bolsonaro”. É membro da coordenação do Grupo por uma Arte Revolucionária Independente (GARI), além de dirigente do PCO em São Paulo. Apresenta de segunda a sexta o programa Reunião de Pauta na COTV e outros programas do Canal e também da Rádio Causa Operária.

Coluna

O som macabro de Van der Graaf Generator

Uma breve resenha de um dos álbuns preferidos deste que vos fala

A música

A banda Van der Graaf Generator, desconhecida para muitos, possui uma sonoridade bastante própria e, por vezes, de difícil digestão para aqueles que não têm uma vivência com o tipo de música por eles feita.

A formação também não é das mais comuns. Oficialmente, a banda não possui baixista, nem guitarrista. Trata-se de um trio: o vocalista, Peter Hammil, assume o piano, teclado e, por vezes, a guitarra ou contra-baixo; Hugh Banton está a frente do órgão Hammond e realiza as linhas de baixo nesse instrumento mesmo, através do pedal; Guy Evans é o baterista, com um estilo de tocar bastante singular, inquieto e jazzístico. Por fim, temos David Jackson, o saxofonista/flautista, cujo jeito de tocar e sonoridade são tudo menos “normais”. Sua sonoridade vai do aveludado para o cortante em poucas notas, mas a principal particularidade é que ele toca com dois saxofones ao mesmo tempo, fazendo, sozinho, naipes de saxofone.

O som do Van der Graaf é sombrio, por vezes bastante lírico e emocional, suas letras são obras literárias dignas de muita admiração, saindo da convencional canção de amor e transitando por histórias e narrativas subjetivas.

Em 1971, lançaram o álbum Pawn Hearts, considerados por muito como sua melhor obra. Contendo apenas três músicas (fenômeno certamente comum entre o pessoal do progressivo dos anos 70), sendo duas ocupando o lado A do disco (Lemmings e Man-Erg), e uma que ocupa todo o lado B (A Plague of Lighthouse Keepers).

A primeira faixa, Lemmings, possui a participação especial da lenda Robert Fripp no violão, sua letra parece tratar da luta final pela vida, mesmo em condições extremas. Musicalmente, transita da voz acompanhada pelo violão, indo para passagens dissonantes com o saxofone, que indicam o clima das pessoas que se veem diante da morte e lutam por suas vidas.

Man-Erg fala sobre os impulsos assassinos que residem no interior da alma do eu-lírico. É uma espécie de balada, acompanhada por um piano acústico tocado por Hammil, cuja voz emociona na sua passagem mais lenta e assombra quando ela passa para o trecho caótico e aterrorizante, quando ele se pergunta “como posso ser livre? Como posso conseguir ajuda?”.

Embora todas as músicas possam ser consideradas de altíssima qualidade, a verdadeira obra-prima do álbum é a última canção, chamada A Plague of Lighthouse Keepers, que ocupa todo o Lado B do álbum e fecha o disco. A história, que relata a vida e os sentimentos daqueles que vivem sozinhos nos faróis construídos à beira do mar para guiar os navios, é acompanhada por uma música diferente de tudo que já se ouviu.

Há muito para se falar sobre o Van der Graaf e um álbum como Pawn Hearts mereceria um verdadeiro livro para que todas as suas peculiaridades fossem analisadas. No entanto, esperamos que essa breve descrição desperte o interesse do leitor em ir conhecer essa obra escondida do progressivo inglês. A banda existe até hoje e sempre procurou se renovar e se manter fiel à proposta artística do começo de sua carreira.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.