América Latina

O Exército acha que a Venezuela pode invadir a Amazônia?

Exército, sob influencia do imperialismo, posiciona tropas próximo da fronteira com a Venezuela em desacordo com Lula para exercer pressão política contra Maduro

O Exército brasileiro, no mês de janeiro, enviou 28 blindados para Roraima como parte da “Operação Roraima”, visando reforçar a segurança na fronteira com Venezuela e Guiana devido à tensão pela disputa da região de Essequibo. A transferência dos blindados faz parte de um plano para ampliar em 10% o efetivo militar no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia. Os veículos, incluindo Viaturas Blindadas Multitarefa e viaturas de transporte e reconhecimento, foram deslocados de Campo Grande-MS para Manaus e, posteriormente, para Roraima, onde reforçarão a estrutura militar da região.

Essa mobilização, longe de ser uma orientação do presidente da República, vem da influência do imperialismo dentro do Exército Brasileiro, que, por ser um aparato burocrático e despolitizado, se torna um braço reacionário do imperialismo no Brasil. O Exército Brasileiro não teria motivo algum para estar lá em defesa do Brasil, pois os governos da Venezuela e do Brasil tem uma forte afinidade, ambos estando posicionados à esquerda e com Lula defendendo Maduro abertamente em diversas ocasiões.

O posicionamento das tropas próximas à fronteira com a Venezuela existe porque o imperialismo quer que o Exército Brasileiro faça pressão contra a Venezuela.

Os EUA anunciaram operações militares aéreas na disputada região de Essequibo, na Guiana, em aliança com a Exxon Mobil. O anúncio ocorreu após amplo apoio popular venezuelano à anexação de Essequibo em um referendo. O ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, denunciou a provocação dos EUA em favor da Exxon Mobil e reafirmou o compromisso da Venezuela em recuperar Essequibo.

A embaixada norte-americana em Georgetown anunciou que o Comando Militar Sul dos EUA conduzirá “operações aéreas” na Guiana. Enquanto os EUA afirmam que os exercícios são para melhorar a parceria de segurança, a Venezuela considera isso uma provocação. O presidente Maduro propôs a criação de uma província venezuelana em Essequibo, medida amplamente popular, após um referendo, contestado pelo presidente guianense pró-imperialista. A movimentação militar dos EUA intensifica as tensões na região, aumentando o risco de um conflito direto entre a Venezuela e os EUA.

O Ministério da Defesa do Reino Unido anunciou o envio do navio Real HMS Trent para o mar da Guiana como parte de uma série de compromissos na região durante sua missão de patrulha no Atlântico. Em resposta, o ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, alertou sobre as provocações que ameaçam a paz e estabilidade do Caribe e da América. A crise surge da tentativa do governo Maduro de recuperar o território de Essequibo, hoje sob controle da Guiana, mas reivindicado pela Venezuela. A região é disputada, com os EUA e a Exxon Mobil tendo interesses significativos em manter a região sob o controle da Guiana, colônia de facto da Inglaterra, pois assim o imperialismo assegura o controle da Exxon Mobil do petróleo guianês.

Atualmente, a Guiana está sob influência do imperialismo dos EUA, com a Exxon Mobil exercendo considerável controle sobre o país. Essa dinâmica gera um conflito entre a Venezuela e a Exxon Mobil, apoiada pelos Estados imperialistas da Inglaterra e dos EUA, principalmente.

A posição do governo brasileiro diante da disputa entre a Venezuela e as petroleiras norte-americanas pela região de Essequibo expõe um possível enfraquecimento do comando de Lula sobre seu gabinete. 

O Palácio do Planalto adotou uma posição neutra, sem condenar a Venezuela ou reconhecer seu direito sobre a região. Porém, declarações do ministro da Defesa, José Múcio, revelam uma postura mais rígida, destacando que o Brasil não tolerará invasões venezuelanas. Esse desalinhamento sugere uma divisão de liderança no governo. Enquanto isso, o deslocamento das tropas brasileiras para a região de Essequibo levanta questionamentos sobre a real ameaça ao país.

Ao mesmo tempo, os EUA realizam exercícios militares na Guiana, mais uma tentativa de intimidar o governo Maduro. Esses eventos evidenciam um governo acuado, permitindo que figuras como José Múcio atuem de forma independente e prejudiquem a presidência da República, também pressionando o governo da Venezuela através dessa mobilização motivada pelo imperialismo perto da fronteira.

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