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Futebol brasileiro

Não há oposição entre Sócrates e Neymar

Neymar e Sócrates são referências para o povo brasileiro por uma questão fundamental: os dois são representantes do futebol arte

A desastrosa visita do governo Lula na França deu vazão a uma série de posicionamentos direitistas, seja por parte do governo, seja por parte dos franceses. Além da crítica ao processo eleitoral venezuelano, expressada como “preocupação” em nota oficial do Itamaraty, Neymar também foi parar no banco dos réus no país que outrora jogou — pelo PSG.

Como resultado da visita, foi inaugurada uma rua chamada Doutor Sócrates, em Saint-Ouen, nas redondezas de Paris, no que será a sede da Vila Olímpica. Este ano a França sediará as Olimpíadas e a abertura do evento ficará a cargo de Emmanuel Macron, presidente do país, um dos principais defensores do genocídio na Faixa de Gaza. 

Durante a cerimônia, ocorrida no último dia 30, o tetracampeão Raí, irmão de Sócrates e também ex-jogador do PSG, afirmou que “as ideias de democracia e justiça se eternizam com o ato. Há 40 anos, ele [Sócrates] afirmou que não deixaria o Brasil se houvesse eleições diretas. Hoje, suas ideias vão muito além do Brasil. O mundo está em perigo e mais do que nunca precisamos de suas ideias”.

O prefeito da cidade, Karim Bouamrane, aproveitou a deixa para emendar que “precisamos fazer escolhas. Ou é Sócrates ou é Neymar. Ou é a democracia ou é a ditadura. Ou é amor ou é ódio”. Quer dizer, aproveitou a oportunidade para atacar o mais habilidoso craque do Brasil e que o mundo tem no momento. Neymar seria a representação da ditadura, enquanto Sócrates seria a democracia, uma concepção (calúnia) muito comum dentro da esquerda.

Em primeiro lugar é preciso destacar que Neymar e Sócrates são referências para o povo brasileiro por uma questão fundamental. Os dois foram (ainda é, no caso de Neymar) representantes do futebol arte, do futebol pentacampeão mundial. Sócrates foi um craque por onde passou, até mesmo nas terras francesas, feito repetido e melhorado pelo próprio Neymar, que hoje integra o esquete do Al-Hilal, da Arábia Saudita, onde o futebol é praticado por influência de vários outros brasileiros que lá estiveram. 

Em segunda lugar, a tentativa de criar uma oposição política entre os dois, coisa muito comum na vida profissional de Neymar, é parte de uma campanha caluniosa que busca tão somente acabar com a carreira de um dos mais geniais, e mesmo poeta do futebol brasileiro. O que facilitaria muito a vida dos jogadores europeus, os “robozões”, velocistas e seus prêmios de araque.

Essa campanha não tem absolutamente nada a ver com a defesa da democracia ou qualquer outra ideia progressista, mas somente um ataque gratuito contra Neymar feito por um prefeito francês, e, diga-se de passagem, um prefeito que já se colocou do lado da “democracia” de Israel.

Recentemente, em uma manifestação sobre a ação do Hamas, no 7 de outubro de 202, na tentativa de combater os sionistas, o prefeito afirmou que seus sentimentos estavam do lado “do povo israelense e de todas as vítimas inocentes. O ataque terrorista do Hamas contra Israel é imperdoável, indesculpável e inaceitável, minando qualquer processo de paz (…) meus sentimentos para as vítimas e famílias que sofreram em consequência destes actos terroristas”.

Esse é o “democrata” que criticou o “ditador” Neymar. Um homem que, como tantos outros, correu para avisar que estava do lado dos sionistas diante de décadas de martírio do povo palestino. Povo que, quando reage, como os acontecimentos do 7 de outubro do ano passado, é pichado como sendo terrorista. Como tantos outros sionistas “democráticos”, o prefeito de Saint-Ouen não pode falar nada de Neymar. Em primeiro lugar pelo fato de que esse prefeito é um defensor do sionismo escondido sob a fachada “democrática”. Ou seja, é um profissional da política e deve responder como tal. Neste caso, sua posição pró-genocídio deve ser amplamente denunciada. 

As posições políticas dos jogadores de futebol, nesse sentido, tendem a ser o resultado da situação política geral. Seja as posições de Sócrates nos anos 1980, seja as de Neymar atualmente. E essas posições se devem, e muito, à atuação da esquerda brasileira. A mesma esquerda que, no momento, se nega a convocar e organizar manifestações em defesa dos palestinos. 

Cobrar e denunciar Neymar pela falta de uma conduta política abertamente progressista é de um cinismo mordaz, e, na realidade, é uma covardia. Tal postura parte de uma campanha caluniosa contra o jogador, que nunca defendeu a ditadura nem nada do tipo. O irônico da coisa toda é que tal cobrança surge de pessoas e organizações que sequer foram capazes de tirar materiais e organizar atividades e protestos em defesa dos mártires palestinos, que não defendem o Hamas e as demais organizações de luta do povo palestino.

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