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CUT e Luiza Trajano

Nada de pacto com os exploradores

As derrotas que nos últimos tempos os trabalhadores estão sofrendo são a expressão dessa política de colaboração com os patrões

No último dia 10 de janeiro, em sua página na internet, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) estampa matéria cujo o título é: “CUT e demais centrais conversam com empresários sobre atualização do modelo sindical”, matéria essa que consiste em noticiar o encontro das centrais sindicais com a bilionária e mega empresária brasileira Luiza Trajano, dona da rede de lojas Magazine Luiza.

No conteúdo da matéria, a reunião com a empresária é para as centrais sindicais “dialogarem sobre a atualização do modelo sindical e o fortalecimento da negociação coletiva entre trabalhadores, trabalhadoras, empresas e sindicatos” (CUT. 10/1/2024)

Para o presidente da CUT, Sérgio Nobre, “a negociação coletiva ​​é o melhor instrumento para tratar das questões do mundo do trabalho. Hoje, mais da metade dos trabalhadores brasileiros não contam com proteção sindical e têm déficit de proteção trabalhista. São microempreendedores, autônomos, trabalhadores para plataformas de aplicativos, pescadores, agricultores familiares, artesãos, ambulantes, entre outros, que não têm nenhum direito trabalhista nem previdenciário (…). Uu seja, quase 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão sem proteção trabalhista nem social, nesse novo mundo do trabalho.  Então por isso precisa atualizar o modelo”, palavras essas que foram reproduzidas em matéria no artigo publicado recentemente pelo próprio presidente da CUT. 

“Hoje o presidente da CUT destacou que a maior prioridade do movimento sindical é apresentar ao Congresso Nacional um projeto nesse sentido e, que para isso, chegou o momento de grandes empresas entrarem neste debate e ajudarem na construção de um novo modelo sindical”. (Idem)

Para Nobre, “Luiza Trajano é uma grande liderança, de um setor importante como é o comércio. Ela sempre compreendeu que o trabalhador é um cidadão, portador de direitos, inclusive, o de negociar coletivamente e de participar das decisões que envolvem o futuro das empresas. Infelizmente, nem todos os empresários têm tradição de negociação coletiva envolvendo os sindicatos”. (Idem)

Sempre é bom lembrar que essa “grande liderança”, da qual os sindicalistas insistem em caracterizar Luíza Trajano, nada mais é que uma pessoa que detém em suas mãos a propriedade privada de uma rede de lojas que explora a mão de obra de cerca de 30 mil trabalhadores. Além disso, conforme denunciado pela Repórter Brasil em 2022, em suas lojas são vendidas marcas cuja a produção usa trabalho similar à escravidão. Segundo a denúncia, os clientes dessa empresa podem ter comprado roupas feitas por escravos entre 2017 e 2021.

As derrotas que os trabalhadores nos últimos tempos estão sofrendo são a expressão dessa política de colaboração com os patrões e seus governos. Essa política de pacto, que hoje vem com um nome bonito de “entendimento”, “modernidade”, que não é declarado e assinado, mas que consiste de fato em pulverizar as categorias, abandonando os métodos tradicionais de luta (greves, manifestações, etc.) em prol de lobbies parlamentares, “reuniões” e “seminários” com representantes dos patrões cujo real objetivo é confundir e esgotar os ânimos dos trabalhadores.

Essa política da direção da CUT é um verdadeiro beco sem saída para o movimento dos trabalhadores e as massas exploradas, pois as coloca como um instrumento nas mãos de um setor da burguesia contra outro não em função de uma política anti-imperialista, mas de uma luta feroz por interesses econômicos no marco de uma crise gigantesca do capitalismo que encurta as margens para todos os setores da burguesia.

O aprofundamento da crise exige que a classe operária e os explorados oponham os seus próprios interesses aos interesses do grande capital nacional e internacional representado pelo reacionário Congresso Nacional e suas reformas. A resistência à ofensiva da direita somente pode se dar sobre a base da defesa das necessidades vitais das massas. A base para qualquer mobilização independente é portanto um programa que dê um caráter geral e consciente a estas necessidades vitais: salário mínimo vital de R$ 7.500,00; escala móvel de salários, aposentadoria integral, estabilidade no emprego, defesa das conquistas históricas do movimento operário, controle operário da produção, não ao pagamento da dívida pública.

Somente um programa que parta das necessidades mais sentidas das massas, como a defesa da sua sobrevivência, pode articular a resistência à ofensiva da direita reacionária.

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