A Polícia Federal, instigada pela Procuradoria-Geral da República, irá investigar os brasileiros que estão utilizando o VPN (rede privada virtual, na sigla em inglês) para acessar a plataforma X, suspensa no País por uma arbitrariedade do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A PGR, assim, age para dar cobertura a mais um dos abusos de um ministro conhecido internacionalmente por agir como se fosse rei do Brasil.
A perseguição a usuários por utilizar VPN não está prevista em nenhuma lei. Não está no Código Penal, não está na Constituição. É simplesmente uma ideia que saiu da cabeça do senhor Alexandre de Moraes. Uma ideia que fará avançar ainda mais o cerco contra a liberdade de expressão e os direitos democráticos da população.
Não custa lembrar que o chefe da PGR é o reacionário em Paulo Gonet. Um homem que já era conhecido por defender os interesses da ditadura militar contra a memória da estilista Zuzu Angel, do estudante secundarista Edson Luís e dos guerrilheiros Carlos Marighella e Carlos Lamarca e por defender a Lava Jato em sua perseguição à atual presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann.
Gonet não chegou ao cargo de procurador-geral por acaso. Ele foi diretamente nomeado pelo presidente Lula. Na época, sua indicação foi apresentada como uma jogada “genial” do presidente, pois teria conseguido aprovar um nome com trânsito na direita, mas que, ao mesmo tempo, garantiria que o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse preso. Só um idiota acreditaria que, para a esquerda e o povo trabalhador, valeria à pena trocar a prisão de Bolsonaro pelos direitos democráticos da população, que seriam atacados com um reacionário como Gonet. O pior de tudo é que, enquanto já se vê a série de ataques contra a esquerda vindo da caneta do procurador-geral, a extrema direita não para de crescer.
Junto a Gonet, outro direitista foi indicado na mesma época. O então ministro da Justiça, Flávio Dino, foi o escolhido de Lula parra assumir a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Não poderia ter tido uma escolha pior.
Agora fica claro o erro que foi indicar uma figura como Dino ao STF. Um ex-juiz que, no pouco tempo em que esteve no governo, já havia demonstrado seu amor pelo aparato de repressão.
Flávio Dino decidiu governar o país no lugar do presidente Lula. Então ele tomou decisões sobre a quantidade de pessoas que devem ser acrescentadas ao corpo da Força Nacional para combater as queimadas e comprou uma briga com o Congresso na questão das emendas. No que depender dele, o STF irá substituir o Executivo e o Legislativo. Diz a imprensa que as medidas recentes de Dino teriam causado espanto até mesmo na base do governo.
Diante das patifarias de Gonet e Dino, vê-se agora que, em vez de indicar direitistas e golpistas para postos-chave do Estado, era melhor que o presidente Lula fosse à farmácia e comprasse arsênico. Ainda que o governo esteja muito pressionado pela direita, fato é que indicação de Dino e Gonet foi um suicídio político. E que ainda trará graves consequências para o seu governo e para o País.