Uma matéria publicada no The Grayzone informa o perfil do Batalhão Azov foi removido da lista de grupos extremistas de Stanford. A remoção teria acontecido em maio e teria sido feita por uma organização ligada ao governo norte-americano, o Mapping Militants Project (MMP) da Universidade de Stanford que é uma iniciativa financiada pelo governo dos EUA que conduz pesquisas sobre “organizações militantes ou extremistas violentas”.
De acordo com o Grayzone essa remoção tem um significado importante. Sendo assim, o departamento de Estado dos EUA, poderia financiar e apoiar militarmente o grupo Azov e se esquivar das críticas. O sítio funciona como uma fonte “confiável” a respeito de grupos que são considerados extremistas. A retirada do Azov, coloca em xeque uma série de arquivos e documentos recolhidos ao longo da história e respeito das intenções do grupo.
Segundo a matéria do Grayzone, questionada sobre a remoção do perfil de Azov, uma das acadêmicas por trás do MMP, a professora Martha Crenshaw, disse ao Noir : “planejamos atualizar esse perfil, mas não sei quando a atualização será concluída”. Quando questionadas sobre mais detalhes, incluindo se os perfis de grupos militantes são normalmente removidos durante um processo de atualização, quando a atualização seria concluída, que tipos de atualizações estavam sendo feitas e se o perfil de Azov eventualmente ficaria visível novamente no site do MMP, Crenshaw e os outros acadêmicos do MMP não forneceram respostas específicas.
Aparentemente a retirada do Azov do MMP, teria sido uma pressão de diplomatas ucranianos. A embaixadora ucraniana nos Estados Unidos, Oksana Markarova, publicou uma publicação no Facebook comemorando e agradecendo a remoção do perfil Azov pelo MMP, com uma captura de tela da mensagem “Página não encontrada” que aparece se alguém navegar até a URL do perfil Azov do MMP.
Existe toda uma campanha da imprensa ligada ao imperialismo para tentar desvincular o batalhão ucraniano de seu histórico nazista. No entanto, há muitas provas e fatos que mostram claramente o contrário. Existem muitos documentos e símbolos utilizados pelo grupo que dão conta que são ligados diretamente a extrema direita com laços com organizações estrangeiras de supremacia branca.
O Grayzone afirma que: “O fundador do Azov, Andriy Biletsky, um supremacista branco descarado que supostamente disse que a missão nacional da Ucrânia era ‘liderar as raças brancas do mundo em uma cruzada final… contra os Untermenschen [subumanos] liderados pelos semitas’, continua intimamente ligado à unidade, apesar de sua suposta saída no outono de 2014.”
Essa remoção do Azov da lista MMP, aconteceu pouco tempo antes do Departamento de Estado dos EUA tirar a decisão de suspender o fornecimento de armas ao grupo. “O Departamento de Estado, que originalmente proibiu o armamento de Azov devido a preocupações sobre seu extremismo de extrema direita, rescindiu essa política porque a brigada recentemente ‘passou pela verificação de Leahy realizada pelo Departamento de Estado dos EUA’”, informa Grayzone.
“Leahy vetting” é uma referência à Lei Leahy, que proíbe os Estados Unidos de financiar “forças de segurança estrangeiras onde haja informações confiáveis implicando essa unidade na prática de violações graves de direitos humanos”, de acordo com uma ficha informativa do Departamento de Estado.
No entanto, todas as acusações com provas contra o batalhão dão conta de que suas atuações são de torturas, desaparecimento forçados, assassinatos extrajudiciais, enfim ações típicas de grupos de extrema-direita nazistas. Muitos dos abusos de direitos humanos de Azov, que também incluem o uso de infraestrutura civil para fins militares e saques de casas civis, ocorreram depois que a unidade foi formalmente integrada à Guarda Nacional Ucraniana no final de 2014. O que vemos aqui é uma tentativa clara do imperialismo dito democrático de burlar a lei para continuarem financiando a guerra por procuração da Ucrânia contra a Rússia.



