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Carlos Porfírio

Natural de Trombas, no norte goiano, liderança camponesa sem-terra e militante comunista, homenageando o legado de José Porfírio

Coluna

Em defesa do discurso de ódio – III

"O ódio é uma condição fundamental para movimentar as ações políticas das classes sociais em disputa"

Fenômeno social não pode ser acabado por decreto, tampouco pelo cárcere e até mesmo com pequenas reformas políticas e sociais. Um fenômeno social corresponde a ações advindas de relações sociais que são determinadas em absoluto pelas tendências econômicas, históricas, políticas, culturais e psicológicas.

Parte da esquerda, de maneira equivocada – e outros, de forma oportunista -, tem defendido a tese de que um fenômeno social pode ser dissolvido por meio de um esquematismo de engenharia social criado na cabeça deles e transcrito em um papel, bastando isso para alterar as relações sociais.

A lei contra o racismo existe há anos no Brasil, e a maior comprovação prática de que o racismo continua a se aprofundar na sociedade brasileira reside no fato de que no ano de 2023 o país alcançou um recorde histórico no número de pessoas encarceradas, que quase em sua totalidade são pessoas negras e pobres. Então, para que serve essa lei? Algum playboy branco e racista vai preso graças a essa lei? Essa lei contribuiu para mudar alguma coisa na condição econômica do negro? Essa lei garantiu uma redução no percentual de negros no conjunto dos assassinatos que ocorrem no país? Obviamente que não! Porque essa situação só pode ser alterada se for atacada na sua raiz.

A mesma coisa podemos levar em consideração em se tratando dos programas de transferência de renda e a permanência da situação de miséria da classe trabalhadora. O mesmo pode-se dizer com relação à criação do maior programa habitacional da história do país, que é o Minha Casa, Minha Vida e em paralelo à elevação do déficit habitacional.

As pessoas acreditam ou fingem acreditar para garantir seus interesses individuais, que uma legislação ou um processo repressivo pode colocar fim a uma tendência política, histórica, social, econômica e psicológica, que é o caso do discurso de ódio. O ódio é produto de uma circunstância social advindo das relações sociais e da forma de produção da vida em uma determinada temporalidade e configuração territorial. E não uma postura adotada porque as pessoas chegaram à conclusão de que é bonito odiar as coisas. O ódio é uma condição fundamental para movimentar as ações políticas das classes sociais em disputa. O que cabe para esquerda, é saber, de maneira científica, como canalizar para os interesses objetivos do proletariado, esse ódio irreversível que está presente na situação política no contexto de lutas de classes no âmbito da sociedade burguesa.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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